Do lado de fora, manifestações e mais bombas de gás
Logo pela manhã, por volta das 10h, antes de os deputados iniciarem as discussões sobre medidas, como a volta do programa ‘Aluguel Social e o corte de regalias, como os carros oficiais, manifestantes começaram a se reunir nos arredores da Alerj. Com cartazes e alto-falantes, cerca de 400 pessoas, entre servidores das áreas de Segurança, Educação, Saúde e Justiça bradaram contra o pacote enviado pelo governador Luiz Fernando Pezão para conter a crise no estado.
No início da tarde, houve um princípio de tumulto, quando alguns servidores começaram a balançar as grades que cercam a Alerj e os policiais lançaram bombas de gás e spray de pimenta contra os manifestantes.
Em meio ao protesto, sob uma tenda branca, policiais militares recebiam doações. “Estamos arrecadando alimentos para distribuir em cestas básicas para os servidores que estão com salários atrasados, os pensionistas que nem receberam e estão com as contas atrasadas porque estão deixando de pagar conta pra comprar alimento”, explicou o PM reformado André Rios. Funcionário aposentado da Seap, Mário Neto, 62, reclamava que estava há mais de 50 dias sem receber.
Entre os servidores da Educação, havia 46 funcionários da Uenf que fretaram um ônibus de Campos para o Rio. Segundo o técnico em Meio Ambiente, Cristiano Peixoto Maciel, a universidade não recebe verba do Estado há 14 meses. “Temos equipamentos de milhões que estão sendo desativados e, para serem reativados, requerem um gasto de outros milhões de reais”, disse.
Cidinha Campos é hostilizada em restaurante
Durante o ato, um grupo de manifestantes descobriu que a deputada Cidinha Campos (PDT) estava almoçando em um restaurante no Paço Imperial, que fica ao lado da Alerj, e invadiu o estabelecimento. Eles gritavam "au au au, capacho do Cabral", relembrando da amizade dela com o ex-governador Sérgio Cabral, que foi preso pela Operação Calicute neste mês.
Procurada pelo DIA, Cidinha repudiou a ação e contou que os manifestantes a xingaram. "Eles não sabem mais o que é cobra e o que é cachorro. Votei a vida toda a favor do servidor. Quando chegaram as emendas, fui a primeira a pedir a saída do Pezão", afirmou a parlamentar.
A deputada lembrou ainda que muitos manifestantes estavam mascarados no restaurante. "Tem muita gente infiltrada. Eu estava almoçando. Meu amigo estava comemorando o aniversário dele e pediu um champanhe. O que eu tenho a ver com isso?", questionou Cidinha.