Rio - Os possíveis cortes previstos nos programas sociais do estado, para ajudar a tirar as contas do vermelho, estão deixando apavoradas as cerca de 10 mil famílias que dependem há cinco anos de Aluguel Social — um dos benefícios na mira para ser extinto. Com elas, são gastos mensalmente em torno de R$ 5 milhões. Só na Região Serrana, que sofreu com temporais em 2011, quando 918 pessoas morreram e 103 desapareceram, são quase 2,5 mil famílias que ainda vivem do Aluguel Social.
“Se essa ajuda, que às vezes demora até três meses para ser paga, como ocorreu agora, acabar, não sei o que vai ser de nossas vidas”, desespera-se Patrícia Farias, de 38 anos, que mora com seis filhos, incluindo uma menina de 6 anos com deficiência, em Petrópolis. Ela teve a casa destruída com as chuvas de 2011, assim como sua irmã, Renata, 36 anos, que, com dois filhos, também conta com o auxílio mensal de moradia de R$ 500. Ambas afirmam sofrer de depressão por causa da situação.
Paulo Pires, líder comunitário à frente de ações populares envolvendo moradias na Serrana e estado, critica o governo. “Apesar de ser paliativo e humilhante, o Aluguel Social é necessário para milhares de pessoas”, argumenta.
O governo do estado informou que não vai se pronunciar sobre o assunto, por enquanto. Em Petrópolis, 797 famílias são beneficiadas, totalizando o repasse de R$ 784 mil por mês e, em Nova Friburgo, são 122 famílias (R$ 61 mil por mês). O maior número de famílias que recebem o benefício fica em Teresópolis: 1.568, somando R$ 397 mil por mês.
Como O DIA mostrou ontem, outros programas sociais, como o Renda Melhor e o Renda Melhor Jovem, também podem acabar, assim como cinco postos do Rio Poupa Tempo, que emitem documentos.