Por gabriela.mattos
Rio - A defesa de Sérgio Cabral entrou com uma reclamação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tentar anular as decisões dos juízes da 7ª Vara Federal Marcelo Bretas e da 13ª Vara Federal Sérgio Moro, que culminaram na prisão do político no último dia 17 de novembro durante a Operação Calicute da Polícia Federal. Cabral é acusado pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa responsável por desviar cerca de R$ 224 milhões em obras.
Ex-governador Sérgio Cabral foi preso pela Operação CalicuteSeverino Silva / Agência O Dia

A defesa de Cabral, assinada pelo advogado Luciano Saldanha Coelho, alega que a Justiça Federal do Rio e de Curitiba não teria competência para julgar o caso, visto que o STJ já aprecia o tema em um inquérito que investiga Cabral e o atual governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e tem como relator o ministro Luís Felipe Salomão. O inquérito está parado desde março, quando o Ministério Público Federal pediu vista.

Adriana Ancelmo é presa

O juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, determinou a prisão da advogada Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). Ela se entregou por volta das 16h desta terça-feira. A Procuradoria da República denunciou ainda Cabral por formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro.

No último dia 28, Bretas já havia bloqueado os bens de Adriana. "Os laços familiares e de intimidade com os demais investigados são inegáveis”, afirmou. Na sentença, diz que “com o aprofundamento das investigações, foi identificada a participação mais efetiva da investigada Adriana Ancelmo na atividade da suposta organização criminosa.” O principal motivo é a aquisição de joias de alto valor, compradas em dinheiro pelo casal.

A força-tarefa da Lava Jato no Rio recebeu, na última sexta-feira, da grife Antonio Bernardo uma lista com 460 joias compradas pelo ex-governador, por Adriana e aliados. Segundo o relatório, o tesouro de pedras e metais preciosos amealhado foi comprado entre 2000 e 2016, num valor total de R$ 5,7 milhões. A maior parte foi paga em dinheiro vivo. Entre as peças, há anéis, brincos, colares, pingentes e pulseiras de ouro amarelo, branco, esmeraldas, diamantes, turmalina e pérolas.
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