Por bianca.lobianco
Rio - Do dia 22 de dezembro até 2 de janeiro, quase 582 mil passageiros terão passado pela Rodoviária Novo Rio, uma queda de 10% em relação ao período de festas do ano passado. De acordo com a concessionária que administra o terminal, o fato de os feriados de Natal e Ano Novo terem caído em fins de semana, sem possibilidade de prolongamento, se juntou à crise financeira para diminuição do movimento. Somente na sexta-feira, ao menos 32,4 mil pessoas passaram pelo local.
Thaís Benini aproveita a espera na rodoviária para fazer as sobrancelhas antes de embarcar para AraraquaraAlexandre Brum / Agência O Dia

As empresas de ônibus avaliam que o setor só não foi mais prejudicado pela crise por causa das tarifas mais baixas em relação as dos aviões. O casal de amigos Maiara Neves, de 19 anos, e Douglas Medina, 24, preferiu enfrentar as 6 horas de viagem de São Paulo ao Rio a pagar o preço de uma passagem de avião. “Economizamos bastante para vir”, disse Maiara.

As 44 viações que trabalharam neste fim de ano disponibilizaram 18.240 ônibus, 3,4 mil horários extras. A maior parte dos passageiros escolhe destinos não muito distantes, como a Costa Verde, a Região dos Lagos e a Região Serrana do Estado, além de cidades em São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.

Uma das viajantes é a enfermeira Thaís Benini, de 25 anos. Para enfrentar a viagem de 11 horas de duração para Araraquara, em São Paulo, ela se embeleza fazendo as sobrancelhas no terminal. “Faço sempre que vou viajar, para ver meus pais e meu namorado”, conta ela.
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Além de passageiros que aproveitam para dar um tapa no visual enquanto esperam o horário de ônibus, a designer de sobrancelhas Juliana Xavier, de 22 anos, recebe até clientes que vão à rodoviária só para ter um olhar mais bonito. “Tenho recebido inclusive mais clientes homens”, revela.
Já a família Inácio aproveitava a espera para se refrescar com sorvetes de casquinha. Em mais um dia de muito calor, as filas nos quiosques de sorvetes eram grandes. A auxiliar de classe Aline Inácio Pires, de 32 anos, trouxe para o Rio o filho Esdras, 6, para visitar o avô Oliveira Inácio, de 66.
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O menino se impressionou com os grilos de Campo Grande, na Zona Oeste, onde o avô mora, e com os peixes da costa de Barra de Guaratiba. Já a mãe aproveitou para fazer compras — em várias caixas, ela e o filho estão levando até bolos para dar de presente para os parentes de São Paulo.

*Reportagem da estagiária Alessandra Monnerat