Agentes gregos e da Interpol que atuam no caso querem prova irrefutável do crime
Por gabriela.mattos
Rio - Investigadores estrangeiros que acompanham de perto o caso da morte do embaixador da Grécia no Brasil, Kyriakos Amiridis, querem uma prova irrefutável de que o corpo encontrado carbonizado dentro do carro da vítima, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, é mesmo dele. Para isso, vão aguardar a chegada do material genético da mãe do diplomata, que mora na Grécia, para comparar com os restos mortais encontrados no veículo na quinta-feira passada. Por conta disso, ainda não há uma data para o corpo ser liberado e levado para a Grécia.
Inicialmente, a Divisão de Homicídios (DH) chegou a divulgar que iria recolher material genético da filha do embaixador para fazer o reconhecimento oficial do corpo. A menina, de 10 anos, é fruto do relacionamento de 15 anos de Kyriaks com Françoise de Souza Oliveira, que está presa no Complexo Penitenciário de Bangu, acusada de ser mandante do crime.
Dois policiais gregos e um agente da Interpol estão desde domingo no Rio para acompanhar as investigações. Eles participaram de reuniões onde foram apresentados relatórios com todo o andamento do que foi apurado até agora. Os encontros aconteceram na sede da DH, na Barra da Tijuca. De acordo com o chefe da especializada, delegado Rivaldo Barbosa, o Ministério das Relações Exteriores também acompanha de perto as investigações.
Ainda ontem, os agentes da Delegacia de Homicídios da Capital fizeram novas visitas aos locais de crime com a equipe de investigadores estrangeiros. Foram à casa onde o diplomata foi morto e às margens do Arco Metropolitano, onde o carro com o corpo dentro foi encontrado.
Publicidade
Segundo a polícia, o embaixador foi morto dentro de sua casa, em Nova Iguaçu, pelo policial militar Sergio Gomes Moreira Filho, apontado como amante da embaixatriz. O corpo foi depois levado para o carro pelo PM, enrolado em um tapete, com a ajuda de seu primo, Eduardo Moreira de Melo. Os dois acusados também estão presos.
Delegado: ‘um crime bárbaro’
Publicidade
Para o delegado Rivaldo Barbosa, chefe da DH, a participação da Interpol e da polícia grega vai contribuir para dar um “passo final” nas investigações. “(Eles) vão ajudar a finalizar esse crime bárbaro, cruel e que não cabe na aceitação do povo brasileiro, tão receptivo”. O delegado aproveitou para pedir desculpas ao povo grego e ressaltou que houve um empenho e esforço muito grande por parte dos agentes envolvidos, que em 48 horas chegaram a informações importantes sobre o caso.
“Vamos interagir da melhor forma possível, passando pelo Ministério das Relações Exteriores, porque vamos precisar de informações que, necessariamente vai ser uma relação diplomática. Identificamos a dinâmica dos eventos, os autores, mas a investigação não acabou”, disse. “Só precisamos de mais alguns detalhes para dar por encerradas as investigações”, completou.