Rio - Falta de limpeza, acúmulo de lixo e até baratas no ambiente de trabalho. É em meio a esse caos que os funcionários da Secretaria Estadual de Planejamento - que foi fundida à Fazenda - exercem suas funções em um prédio da pasta no Centro do Rio. Os servidores denunciam a falta de condições para trabalhar: eles mesmos têm que levar de casa material de limpeza e de higiene pessoal para o local.
Nesta quarta-feira, parte deles - os executivos públicos - decidiu entrar em greve devido ao ambiente insalubre e também por reivindicarem o pagamento em dia dos salários e o décimo terceiro.
A paralisação dos executivos públicos começará na próxima segunda-feira. "Vamos notificar a Fazenda ainda hoje e temos que cumprir o prazo de 72 horas após a comunicação à administração", informou o presidente da Associação dos Executivos Públicos (Exec-Rio), Jesuíno Alves.
Ele diz que são cerca de 70 servidores ocupando este cargo. Entre as funções exercidas, está a de planejamento da folha de pagamento e estudos de impacto financeiro. Ou seja, a paralisação poderá afetar esse serviço em meio ao caos financeiro do Estado do Rio.
"Trabalhamos em ambiente insalubre. Os próprios servidores de todo o prédio, incluindo o administrativo, os executivos e os gestores públicos, precisam minimar os problemas causados pela falta de limpeza", relatou ele. "Queremos o pagamento da folha de dezembro pelo menos no 10º dia útil de janeiro. Eles estão postergando e daqui a pouco vai virar o mês. Queremos também o crédito imediato do décimo térceiro salário", diz Jesuíno, acrescentando que o pleito do pagamento em dia é para todo o funcionalismo estadual.
As imagens que revelam a situação precária das instalações do prédio da Seplag foram feitas em diversos andares. "Os vídeos foram gravados no 12º andar do prédio. E as fotos em andares diferentes. Os relatos são de que todo o edifício está nessa situação. Alguns servidores chegam a levar o lixo para o térreo para a coleta urbana", contou.
Resposta da secretaria
Em nota, a Secretaria de Fazenda e Planejamento disse que "está sempre aberta ao diálogo com os seus servidores e aguarda a comunicação oficial dos pleitos, que serão analisados de acordo com a realidade econômica do Estado".
Perguntada sobre o impacto da paralisação nos serviços, a pasta disse que ainda não tem esta informação, "uma vez que a greve ainda não começou oficialmente".