Por gabriela.mattos

Rio - Uma mulher de 45 anos, que estaria às vésperas de dar à luz, é suspeita de forjar o próprio desaparecimento e também a gravidez. Menos de 48 horas após o suposto sumiço, Maria Eliane Félix foi encontrada por agentes da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA). De acordo com a delegada Elen Souto, a mulher dizia que estava com nove meses de gestação e chegou a marcar a cesariana para nesta sexta-feira. A polícia contou ainda que ela fugiu para a Vila Kennedy, mas foi encontrada no início da tarde desta sexta-feira, dentro de um táxi, a caminho de Campo Grande, onde mora.

A delegada desconfiou da gestação e encaminhou Maria Eliane para o Hospital Municipal Rocha Faria, onde foi submetida a exames clínicos e uma ultrassonografia, onde se constatou que não estava grávida. “Ela acabou confessando. O taxista que estava com ela também já prestou depoimento”, disse Elen.

Grávida desapareceu em Olaria dois dias antes de cesariana%2C marcada para esta sexta-feiraMontagem sobre reproduções

A delegada contou que a falsa grávida estava “muito perturbada” e não falava “com muita conexão”. Por isso, será ouvida na delegacia novamente na segunda-feira. A polícia chegou a divulgar um cartaz com a foto de Maria Eliane nesta sexta-feira pelo serviço Disque-Denúncia.

A DDPA foi acionada na tarde de quinta-feira pelo marido dela, Rodrigo Monteiro, 37, que trabalha em uma cooperativa de táxi em Campo Grande. Ele contou que Maria Eliane estava na casa da filha dela, em Olaria, de onde saiu na noite de quarta-feira para comprar tinta de cabelo em uma farmácia, a 100 metros dali. O último contato com ele, pelo Whatsapp, ocorreu por volta das 22h daquele dia.

Familiares, então, iniciaram as buscas por informações sobre o paradeiro da suposta gestante em hospitais, ruas do bairro e até no Instituto Médico Legal (IML), no Centro. Segundo Monteiro, no momento em que saiu de casa, a rua estava sem energia elétrica. “Pedimos ao gerente da farmácia para nos ceder imagens de uma câmera de segurança. Não sabemos o que fazer”, contou Rodrigo ao DIA, na manhã desta sexta-feira.

A reportagem chegou a percorrer três farmácias da região, mas segundo os responsáveis, a vítima não foi vista em nenhuma das lojas.

Suposto bebê tinha até nome

Maria Eliane e Rodrigo iniciaram um relacionamento há três anos e moram em Campo Grande. A suposta filha do casal já tinha até nome: Rafaela. Horas antes de a verdadeira versão da história ser revelada pela polícia, Rodrigo detalhou ao DIA como a mulher desapareceu.

“Não sabemos se ela foi atropelada ou sequestrada. O bairro estava sem luz na hora. Ela me enviou uma mensagem dizendo que estava bem e que iria na casa da tia e da filha, em Olaria, para comunicar que o parto estava marcado para sexta-feira”, contou.
Segundo ele, enquanto a enteada saiu para comprar um churrasquinho, Maria Eliane aproveitou para ir à farmácia. “Por ser vaidosa, queria pintar o cabelo antes da cesariana. Fiquei trabalhando até tarde e não me dei conta de olhar o celular até que, por volta das três da manhã, percebi que minha enteada havia me ligado quatro vezes. Para minha surpresa, ela não sabia onde estava a mãe. Enviei uma mensagem, mas ela não respondeu. O celular e os documentos ficaram na casa da filha”, contou ao DIA.

Você pode gostar