Por thiago.antunes
Rio - Dois empresários envolvidos nas fraudes que desviaram R$ 16 milhões do Fundo de Saúde da Polícia Militar (Fuspom) tiveram acordo de delação premiada com o Ministério Público do Rio homologado ontem, confessando detalhes do esquema que tinha a participação de oficiais da corporação, presos desde dezembro de 2015. As investigações sobre os desvios começaram a partir de denúncia do DIA.
Um dos sócios da Medical West Comércio de Produtos Médico-Hospitalares Ltda contou em depoimento, divulgado ontem pelo ‘RJ TV’, como foi a divisão do dinheiro da compra de 15 mil galões de ácido paracético, que nunca foram entregues e custaram ao Fuspom R$ 4,2 milhões. “A gente já sabia desde o início que não seria entregue nada”, disse o empresário, que não foi identificado a pedido do MP. Segundo ele, a empresa ficou com 45% do valor e 55% foram repassados a um oficial.
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Estão presos, acusados de integrar o esquema, o coronel Ricardo Coutinho Pacheco, ex-chefe do Estado-Maior da corporação, o major Delvo Nicodemos e quatro outros oficiais. Pelo acordo, homologado pela juíza Tula Mello, da 20ª Vara Criminal, os dois empresários se comprometeram a entregar ao Hospital Central da PM (HCPM), que receberia a compra fictícia, R$ 850 mil em medicamentos e 80 aparelhos de ar-condicionado.
Além disso, eles têm de vender o prédio da empresa, um caminhão e um carro e repassar o dinheiro para o hospital. Ontem, 200 policiais fizeram protesto em frente ao HCPM, no Estácio, por causa da falta de médicos e materiais na unidade. Segundo a PM, o atendimento foi afetado porque um psiquiatra estava de folga.