De acordo com apuração da rádio CBN, ele viajou na noite de terça-feira na classe executiva do voo 974, da American Airlines, com custo em cerca de R$ 22 mil. O advogado de Eike Batista, Fernando Martins, confirmou que ele está viajando e que vai se entregar, mas não divulgou o destino do empresário e nem quando ele voltará. Ele acompanhou as buscas da PF na casa do empresário, que começaram no início da manhã desta quinta-feira, no Jardim Botânico.
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal fizeram na manhã desta quinta-feira uma operação para cumprir nove mandados de prisão e quatro conduções coercitivas na Operação Eficiência — segunda fase da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato no Rio. Entre os principais alvos com mandados de prisão expedidos estão o empresário Eike Batista, dono do grupo EBX, o ex-governador Sérgio Cabral, que já está preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, além de Wilson Carlos e Carlos Miranda, que também estão presos. A ação tem como base a investigação de crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de aproximadamente US$ 100 milhões no exterior.
Foram cumpridos mandados de condução coercitiva contra Maurício de Oliveira Cabral Santos, irmão do ex-governador, e Suzana Neves Cabral, ex-mulher de Sérgio Cabral. Também foram expedidos mandados de prisão preventiva contra Sérgio de Castro de Oliveira, chamado Serjão, operador do esquema; Thiago Aragão, sócio do escritório de Adriana Ancelmo, o advogado Francisco de Assis Neto, o Kiko, o doleiro Álvaro José Galliez, e Flávio Godinho, que é vice de futebol do Flamengo e ex-braço direito de Eike Batista.
Esquema montado por Cabral desviou R$ 100 milhões
?Essa etapa da operação Calicute foi baseada em dois acordos de colaboração que revelaram como funcionava o esquema de lavagem de dinheiro e propina cobrada por Sérgio Cabral em todos os contratos do governo do estado, durante a gestão dele. Mais de US$ 100 milhões, R$ 340 milhões, foram enviados para o exterior. De acordo com os procuradores do MPF, somente em 10 meses — entre agosto de 2014 a junho de 2015— a organização criminosa liderada por Cabral movimentou R$ 39,7 milhões, cerca de R$ 4 milhões por mês.