Segundo as investigações, Ari atuava repassando os valores à concessionárias de veículos pertencentes a um mesmo grupo familiar. O dinheiro retornava através de contratos fictícios firmados entre consultorias de fachada e as revendedoras de carros.
Ainda de acordo com as investigações, outra parte dos valores entregue a um dos sócios foi utilizado para a aquisição de sete imóveis que foram registrados em nome de uma empresa imobiliária pertencente ao mesmo empresário.
A PF fez buscas mais cedo em imóveis de Costa Filho e de pessoas ligadas ao ele, mas ele não tinha sido encontrado. O operador começou a trabalhar com Cabral na década de 1980 e, segundo as investigações, em 1996 começou a trabalhar em um cargo comissionado no gabinete de Cabral. Posteriormente, teve passagens por várias secretarias no governo do peemedebista no Rio. Costa Filho se tornou assessor especial do ex-governador e estava no governo de Luiz Fernando Pezão (PMDB) até poucos dias atrás.
Essa já é a terceira operação policial contra o esquema de corrupção do grupo supostamente liderado por Sérgio Cabral e que teria arrecadado milhões em propinas de obras de grandes empreiteiras com o Estado no período em que o político foi governador do Rio, de 2007 a 2014. A operação foi autorizada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio.
Ao menos nove acusados de atuarem como operadores financeiros do esquema de Cabral, entre doleiros e responsáveis por cobrar e transportar os pagamentos ilícitos, já foram presos pela PF no Rio desde que a Operação Calicute foi deflagrada, no dia 17 de novembro de 2016.