Rio - O motorista Francisco de Assis Lopes, de 53 anos, se apresentou na 6ª DP (Cidade Nova) nesta segunda-feira para prestar depoimento. Ele chegou acompanhado da mulher e dos dois filhos. À imprensa, declarou apenas: "Eu só quero pedir desculpa às famílias dos machucados. Me perdoem mesmo. Eu não tive culpa. Só quero pedir desculpa às famílias."
Francisco tinha um curativo na testa, devido a ferimentos causados por uma agressão sofrida na noite de domingo na Sapucaí, segundo seus filhos. Lidiane Isis dos Santos Lopes e Liverton dos Santos Lopes Jr. disseram que integrantes da escola 'arrancaram' seu pai do carro logo depois que o acidente ocorreu e o espancaram. Segundo eles, Francisco fugiu por medo. "Ele saiu do local porque ficou com medo pela vida dele", disse Lidiane.
De acordo com Lidiane e Liverton, o motorista não sabia que o carro teria uma extensão acoplada até a hora do desfile. Isso fez com que ele ficasse sem visão na hora de dirigir. "Ele não sabia de nada. Só percebeu [o acidente] quando viu todo mundo gritando", disseram.
Os dois adicionaram que a chamada 'roda maluca' do carro, na pista molhada, também atrapalhou a condução. Mas, segundo os filhos, Francisco não perdeu a direção do carro. "Não teve guia para ele. Ele não perdeu o controle. Ele deu ré porque mandaram", disse Lidiane.
Essa era a primeira vez que Francisco dirigia carros alegóricos em um desfile, segundo Lidiane e Liverton. O motorista tem uma carteira tipo B e conduz caminhões há mais de 30 anos. "Meu pai é profissional", protestaram os filhos.
Reportagem da estagiária Alessandra Monnerat