Por tabata.uchoa

Rio -  Volta Redonda, no Sul Fluminense, criou, em reunião no 28º BPM (Volta Redonda), nesta terça-feira, uma força tarefa para a busca de soluções para transtornos provocados por badernas e excesso de barulho à noite, em virtude da aglomerações de jovens em vias públicas, repúblicas estudantis, e estabelecimentos comerciais, conforme o DIA vem divulgando.

Representantes das polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal, além da Guarda Municipal, Instituto Estadual do Ambiente (INEA), e  entidades de defesa da criança e do adolescente, entre elas a Coordenadoria da Juventude e de Prevenção às Drogas, Conselho Tutelar e Conselho Comunitário de Segurança Pública, decidiram que vão passar a agir de forma conjunta para  inibir o problema.

Encontro de lideranças comunitárias para tratar de badernas aconteceu no 28º BPM (Volta Redonda)Divulgação

"A reunião foi bastante proveitosa, com a presença de representantes de diversos setores e autoridades, além de moradores. Nossa intenção é fomentar soluções pacíficas, onde todos saíam com a sensação de paz. Entendemos que os jovens têm todo o direito de se divertir. É necessário apenas estabelecer limites, até mesmo para que os próprios frequentadores desses bailes ao ar livre, também não prejudiquem sua saúde", afirmou a presidente do  Conselho Comunitário de Segurança, Rosane Pereira.

Conforme o DIA Online adiantou, vídeo compartilhado nas redes sociais, mostra um grupo grande de jovens reunido no Posto Ipiranga AM PM, na Rua 12, na Vila Santa Cecília, no Centro, na madrugada da última sexta-feira. Ao som de funk, em volume altíssimo, os frequentadores do local soltam até fumaça colorida, do tipo usada em estádios de futebol.

“Nosso pesadelo já dura desde 2014. Passam a madrugada inteira no local, consumindo bebida alcoólica e fazendo da rua um baile funk ao ar livre, com barulho ensurdecedor, numa das áreas mais nobres da cidade. Há brigas, gritarias, um inferno. Ninguém dorme mais por aqui. Ano passado a situação deu uma melhorada, com a colocação de um trailer da Guarda Municipal nas proximidades. Mas a prefeitura tirou a viatura. Não temos mais sossego e nossos imóveis se desvalorizam a cada dia”, lamenta o empresário X. , de 49 anos, que mora num dos prédios residenciais próximas.

“Já presenciei, numa caminhada pela manhã, pessoas consumindo drogas na região, que amanhece com um cheiro insuportável de urina. Sem contar os constantes pegas entre carros e motos promovidos por vândalos”, descreveu Y., outro morador, no site Reclamar Adianta.

Foto na internet mostra aglomeração de jovens em posto de combustíveis no Centro de Volta RedondaDivulgação

No mesmo site, a Ipiranga Produtos de Petróleo S/A informou que a responsabilidade para coíbir o problema é da direção do posto, por se tratar de uma franquia. Um funcionário do estabelecimento,  afirmou que a concentração de jovens é feita ao redor do posto, onde a responsabilidade pelo policiamento ostensivo é da Polícia militar. Já o 28º BPM (Volta Redonda), acionado pelo 190 por diversas vezes, deverá aumentar o policiamento nos próximo final de semana nas imediações.

Presente na reunião desta terça-feira, representante do Posto AM PM prometeu tomar providências contra baderna, nas madrugadas de sextas-feiras. Também  há a previsão de retorno de um trailer da Guarda Municipal para a localidade. “Isso vai inibirnovamente os abusos, como inibiu ano passado”, prevê um dos moradores da área.

Repúblicas viraram pesadelo

As repúblicas estudantis de Volta Redonda - boa parte localizada nos bairros Jardim Amália I e II -, também estão virando casos de polícia. A 93ª DP (Volta Redonda) abriu inquérito para apurar denúncias de que alguns estabelecimentos estariam funcionando como pontos de tráfico de drogas em bairros nobres, além das constantes festas com volumes altíssimos de som durante as madrugadas.

Na semana passada, nove estudantes, a maioria do curso de Medicina, passaram a ser investigados em inquérito da 93ª DP, que apura o tráfico na cidade. Na terça-feira, os suspeitos foram detidos e conduzidos à delegacia, onde prestaram depoimentos. Em suas repúblicas, no Jardim Amália II, foram apreendidas trouxinhas de maconha, balanças de precisão, narguilé (espécie de cachimbo de origem oriental) e outros tipos de cachimbos.

Em outra república, localizada no início da Rua Almirante Barroso, no Amália I, o MP abriu procedimento apuratório, com base em denúncias de vizinhos, em relação às constantes badernas provocadas pelos jovens, com som alto, bebedeiras e gritarias, a qualquer hora da noite ou dia da semana. “As confusões, que sempre acabavam na polícia, parecem ter diminuído, depois que passamos a exigir que os donos do imóvel, que moram próximo, e parentes dos estudantes, que muitas vezes nem sabem das confusões, também passem a ser responsabilizados por crime ambiental e de poluição sonora”, disse, na quinta-feira, Joniel Vargas.

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