Por tabata.uchoa

Rio - Os Pais Divinos amam os filhos com doçura. Uma historinha:

Os filhos, sentindo-se livres, saíram pelo mundo em busca de experiências. Era necessário para seu aprendizado e amadurecimento. Erros e acertos são cometidos no processo natural de evolução.

Com o tempo, os filhos foram se esquecendo dos Pais, abandonando sua origem, ficaram autônomos demais. Foram deixando de cumprir a Lei e passaram a agir por conta própria. Chegaram a praticar atos incríveis e até a justificá-los, dizendo que cumpriam ordens do Chefe. Depois de muitas lutas, prazeres e dores, eis que o sino toca e chega a hora de voltar pra Casa.

Os pingos de luz, esquecidos da Chama de onde provieram, precisam agora prestar contas dos dons que receberam. Retornam cheios de medo, porque a Lei Divina é irresistível. Viram crianças novamente. Toda arrogância cai por terra, a presunção se dissipa, o orgulho se desvanece, dinheiro perde o valor... A vaidade nem dá as caras!

As cascas desabam como castelos de areia e só sobra a essência. Os filhos, num vislumbre de consciência, choram copiosamente. Eis que nesse momento fugaz e eterno, em que a Chispa retorna à Fogueira, uma Luz maior se acende, iluminando a noite escura da alma, e os filhos se veem de novo como partes do Pai e da Mãe.
Um segundo de Amor inunda todo o Vale e o filho e a filha – após tantas agruras – experimentam a inefável condição de serem amados.

Aprenderam a lição e agora já podem sair de novo ao mundo, conscientes de que são Luz e que sua missão doravante é brilhar. Estou falando. Vamos.

Fernando Mansur: Radialista. Escritor. Professor. Graduado em Letras pela Universidade Católica de Minas Gerais (Ponte Nova). Mestre e doutor em Comunicação pela UFRJ.

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