Rio - Na Alerj, o reflexo imediato da condução coercitiva de Jorge Picciani (PMDB) não era visto apenas na mesa da presidência da Casa. Uma das maiores bancadas, o Psol — com cinco deputados — pediu o afastamento do parlamentar do comando da Assembleia nesta quarta-feira. O movimento do partido, no entanto, não ganhou coro da maioria dos deputados.
“Pedimos o afastamento pelo bem da casa e para possibilitar o aprofundamento da investigação, sendo assegurada a ampla defesa do deputado. E para a Alerj ser presidida com isenção, o que não ocorre”, afirmou o líder do partido, Marcelo Freixo, citando, por exemplo, que o pedido de impeachment do governador Luiz Fernando Pezão não foi para frente. "Está parado", declarou Freixo, ressaltando que não há 'boa-vontade', nem objetivo político de Picciani para acelerar a análise do pedido pela Procuradoria da Casa.
Já o que a maioria dos deputados de diferentes legendas — como Luiz Paulo (PSDB), Luiz Martins e Cidinha Campos, ambos do PDT, e outros, como do PT, PPS e DEM — defendia era o “direito de defesa” do presidente da Casa.
André Corrêa (DEM) disse que não se pode fazer pré-julgamentos: “Bem-vinda Lava Jato, bem-vinda investigação. Tudo tem que ser investigado, só não não podemos julgar antes (de condenação)”.
Luiz Martins (PDT) foi além em sua defesa. “Vamos condenar antes de saber da denúncia?", indagou o deputado, elogiando o presidente da Alerj: "Picciani respeita o voto dos deputados. Eu votei contra ele quando rejeitei o projeto de privatização da Cedae. E ele respeitou meu voto. Ele foi quem mais apoiou as CPIs aqui. O Psol cresceu com apoio dele, que apoiou a CPI das Milícias, presidida por Freixo e que o alavancou e ainda fez crescer o partido”.