Rio - O corpo de Maria Eduarda Alves da Conceição, de 13 anos, será enterrado no início da tarde deste sábado no Cemitério Jardim da Saudade de Edson Passos, em Mesquita, na Baixada. Duda, como era conhecida, morreu baleada na tarde da última quinta-feira dentro da Escola Municipal Jornalista e Escritor Daniel Piza, em Acari, quando fazia educação física.
Peritos encontraram quatro ferimentos — dois perto da nuca e dois nas nádegas — no corpo da adolescente. O laudo da necropsia ainda não está pronto. A declaração de óbito da adolescente aponta ‘ferimentos transfixantes no encéfalo por projéteis de arma de fogo’. No momento em que ela foi atingida, estaria ocorrendo um tiroteio entre bandidos e policiais ao lado do colégio.
“Mataram o meu bebê. Ela foi embora. Os policiais mataram ela. Meu Deus, ela tinha apenas 13 anos. O que vai ser da minha vida? Eles acabaram comigo”, se desesperava a mãe de Maria Eduarda, Rosilene Alves Ferreira, 53. “Treze anos, atleta, estudante, tinha sonhos, e os policiais acabaram com os sonhos dela”, lamentava Rosilene, que é acompanhante de idosos.
O irmão Uidson conta ainda que, em três anos como atleta amadora de basquete, Duda, como era chamada, já tinha nove medalhas e ganhou bolsa para escola particular por causa do esporte. Ontem, a família esteve no Instituto Médico Legal (IML) para liberar o corpo.
Os pais da menina carregavam a blusa que ela usava no momento em que foi atingida, onde é visto um buraco provocado pela bala. “Eu criei, trabalhei, mão calejada. Trabalhei duro para dar o que podia para minha filha. Aí, meia dúzia de PMs, sem preparo nenhum, sai dando tiro para cima e para baixo como se estivesse matando um monte de passarinho. E tiram a vida de uma criança de 13 anos”, lamentou o pai de Duda, Antônio Alfredo da Conceição, 63.