Rio - Moradores da Rua General Góis Monteiro, em Botafogo, pretendem organizar uma vaquinha e contratar uma empresa de segurança privada. Essa é alternativa que eles encontraram para tentar diminuir os frequentes casos de assaltos na região.
A via, que serve de acesso ao shopping Rio Sul e ao bairro de Copacabana, fica a cerca de 500 metros do 2° BPM (Botafogo). Para evitar que moradores sejam alvos de criminosos, síndicos dos prédios colaram cartazes nas entradas e nos elevadores dos imóveis para alertar para o aumento do número de assaltos.
“Costumava ir ao shopping com a minha esposa, mas agora estamos evitando sair de casa durante a noite”, diz Paulo Roberto Malta, de 71 anos, síndico de um dos edifícios da rua. “Já conversamos várias vezes com o comandante do batalhão, mas nada foi feito. Os assaltos aqui são frequentes. Vou propor uma reunião com os síndicos dos prédios da rua para sugerir a contratação de uma empresa de segurança privada”.
Em janeiro, bandidos assaltaram um hostel na rua Guilhermina Guinle. Na ocasião, 30 turistas foram mantidos em poder dos bandidos durante 30 minutos.
Morte a metros do Palácio Guanabara
A onda de violência que atinge a cidade fez uma vítima a 300 metros do Palácio Guanabara, sede do governo estadual. O jovem Miguel Ayoub, de 19 anos, foi morto a tiros durante uma tentativa de assalto no cruzamento entre as ruas Pinheiro Machado e das Laranjeiras.
A vítima estava voltando de um shopping com a namorada, quando foi abordada por bandidos ao parar com sua moto num sinal de trânsito, por volta das 23h30. O jovem teria tentado fugir e acabou sendo baleado. Ele chegou a ser levado para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, onde passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos. Os bandidos conseguiram fugir.
O crime causou comoção em Laranjeiras. Moradores do bairro disseram que o jovem era conhecido e querido por todos. A Associação de Moradores e Amigos de Laranjeiras vai realizar um ato de solidariedade aos familiares da vítima, na próxima segunda-feira, às 11h, em frente ao mural da cantora Cássia Eller. O grupo também pretende protestar contra o que chamou de “estado de calamidade do Rio de Janeiro”.
Horas antes da morte do jovem, a Polícia Militar havia realizado uma blitz com uma viatura e uma motocicleta, na Pinheiro Machado. A corporação informou que a operação, que tinha o objetivo de coibir ações criminosas na região, era itinerante e que no horário em que ocorreu o assalto, havia sido deslocada para a Rua Alice.
Ainda de acordo com a corporação, ao tomarem conhecimento do caso, os policiais se dirigiram ao local e auxiliaram no socorro à vítima. Os policiais também realizaram buscas na região, mas não localizaram os suspeitos.
Uma moradora de Laranjeiras que pediu para não ter a identidade revelada afirma que houve aumento no efetivo policial do bairro, mas reclamou da falta de atuação dos agentes.
“As viaturas ficam estacionadas em locais movimentados, mas os policiais ficam no celular ou batendo papo dentro dos carros. Não vejo mais os policiais patrulhando as ruas” reclamou. Já o economista Didier Bahbout, de 55 anos, credita parte da culpa àa crise do estado. “As condições de trabalho dos policiais pioraram muito. A missão da PM fica difícil nestas condições”, avaliou.