Por nadedja.calado

Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou, nesta quarta-feira, os policiais militares Fábio de Barros Dias e David Gomes Centeno pelo homicídio duplamente qualificado da estudante Maria Eduarda Alves da Conceição, que foi morta a tiros dentro da escola pública onde estudava, em Acari, Zona Norte do Rio.

Segundo a denúncia, feita por meio da 26ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos, o Grupamento de Ações Táticas do 41º Batalhão da Polícia Militar foi chamado para uma operação de repressão ao tráfico no Complexo da Pedreira, em Costa Barros, Zona Norte do Rio. Além dos denunciados, havia ao menos mais oito PMs no grupamento.

Parentes protestaram em homenagem à Maria EduardaMaíra Coelho / Agência O Dia

Os dois policiais denunciados davam suporte à operação na parte baixa do Complexo, posição estratégica para o caso de haver fuga de criminosos. Eles se instalaram em frente à Escola Municipal Daniel Piza, por volta das 16h de uma quinta-feira, enquanto havia aulas com um grande número de crianças e adolescentes. 

A denúncia afirma que os denunciados "tinham pleno conhecimento das circunstâncias descritas, pela óbvia natureza das atividades desempenhadas no estabelecimentos". Além disso, o texto diz que "era claro que efetuar disparos contra fugitivos poderia atingir a escola". Com a fuga de criminosos da comunidade, os policiais atiraram em direção à escola. Eles usavam armas que possuem alcance de centenas de metros, e a escola ficava a 70 metros do local onde estavam. Quatro dos disparos atingiram Maria Eduarda.

O MP-RJ pede que os policiais sejam levados ao Tribunal do Júri por homicídio duplamente qualificado (por ter sido feito por meio que impossibilitava a defesa da vítima, e por um meio capaz de gerar perigo comum). 

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