Rio - A Polícia Civil concluiu que o tiro que matou a menina Maria Eduarda, de 13 anos, partiu da arma do cabo PM Fábio de Barros Dias. Ele foi indiciado por homicídio com dolo eventual, mas sem intenção. O outro policial investigado, David Centeno, foi inocentado. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público.
Maria Eduarda morreu no dia 30 de março, após ser atingida por tiros no pátio da Escola Municipal Daniel Piza, em Acari, na Zona Norte, enquanto participava da aula de Educação Física.
A polícia concluiu que o policial “assumiu o risco de matar ao fazer disparos na direção da escola”, de onde dois criminosos também atiravam. Caberá ao Ministério Público aceitar ou não a conclusão da polícia e realizar denúncia.
“O policial assumiu o risco de matar, pois a ação policial foi planejada. Ou seja, eles sabiam que havia uma escola no local. Assim, ele assumiu o risco ao atirar contra a escola, de forma concreta de produzir a morte dessa adolescente”, afirmou Brenno Carnevale, delegado assistente da Delegacia de Homicídios da Capital (DH-Capital).
O inquérito foi baseado na perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli que mostrou que um dos disparos que atingiu a menina saiu do fuzil calibre 7.62 usado pelo cabo. Os dois PMs respondem a 16 inquéritos por mortes em autos de resistência. Agora, o Ministério Público decidirá se denuncia ou não o caso à Justiça e se fará um novo pedido de prisão do cabo Fábio de Barros.
Logo após a troca de tiros, os dois policiais militares aparecem em um vídeo atirando contra dois criminosos já rendidos na calçada em frente à escola. Na mesma gravação, ao fundo, uma pessoa aparece tentando socorrer Maria Eduarda.
O cabo Fábio de Barros Dias foi quem fez o primeiro disparo em um dos criminosos. Centeno atirou no segundo. Os dois já eram considerados pela corporação como agentes que atiravam demais em operações.
Em 2014, Dias foi apontado pela DH como autor da morte de outra menina, Maria Eduarda Sardinha, 11. Pode ter partido da arma dele o tiro que acertou o rosto da criança, enquanto ela comia um pedaço de pão dentro de casa, na favela Para Pedro. Essa investigação ainda não virou denúncia.