Rio - “Como você se sentiria se houvesse esse tipo de incursão policial, colocando em risco a vida de sua filha?”. Esta foi a pergunta que abriu a reunião de ontem, no Palácio Guanabara, feita pelo pai de Eduarda, Antônio Alfredo da Conceição, 62 anos, ao governador Luiz Fernando Pezão. “Sinto muito!”, respondeu o governador, que não possui filhos biológicos.
Na reunião, parentes de Maria Eduarda, conhecida como Duda, 13 anos, morta durante operação policial em Acari, pediram a criação de uma lei que proíba incursões policiais no horário escolar em comunidades. “A reação de Pezão foi de surpresa diante dos familiares que levaram toda a reunião com um único objetivo: o de justiça”, disse João Tancredo, advogado da família. “Não tratamos ainda da indenização”, acrescentou.
Átila Nunes, secretário estadual de Direitos Humanos, disse que o que a família pede é que, em horário escolar, as crianças sejam preservadas. “A polícia está muito sensível em relação a isso. A conclusão do laudo da polícia vai ser o pontapé inicial da investigação”, disse. Sobre a criação da lei, o governo informou que deve passar pelo Legislativo.
Ontem, o laudo balístico apontou que um dos tiros que acertou a menina partiu da arma do cabo Fábio Barros Dias, que está preso preventivamente. O tiro acertou a perna. A causa da morte ainda não foi concluída. Dias foi depor novamente, já que havia dito que fez um único disparo: em um dos homens caídos no chão.