Rio - Desde o início da série histórica usada pelo Instituto de Segurança Pública, de 1991, nunca houve tantas mortes em assaltos no Estado do Rio. Dados divulgados nesta sexta-feira pelo ISP apontam que houve, de janeiro a maio deste ano, 120 casos de latrocínio (roubo seguido de morte). Outros dados criminais também tiveram alta.
Os homicídios decorrentes de intervenção policial — nomenclatura dada aos autos de resistência — atingiram a maior marca desde a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), em 2008: nos cinco primeiros meses do ano foram 480 registros.
Os números de letalidade violenta (homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e homicídio decorrente de oposição à intervenção policial) tiveram aumento de 16,4% entre janeiro e maio (2.942, contra 2.528 no mesmo período de 2016).
Em maio foram registradas 424 vítimas de homicídio doloso, contra 369 em maio de 2016 — as 55 vítimas a mais representam aumento de 14,9% no número de assassinatos. Já na comparação com abril de 2017 foram seis vítimas a menos.
Para o porta-voz da Polícia Militar, Major Ivan Blaz, o número de mortes tem aumentado devido à crise do estado. “Menos PMs nas ruas faz com que a polícia atue menos na prevenção e haja mais confrontos. Isso aumenta o número de mortes de inocentes, criminosos e policiais”.
Algumas estatísticas do ISP estão prejudicadas pela greve da Polícia Civil nos primeiros meses do ano, já que pode ter ocorrido subnotificações. Os registros referentes ao período da paralisação que vêm sendo computados com atraso inflam os dados relativos a maio.
Por conta disso, o ISP divulgou o seu material, pela primeira vez, separando os índices de acordo com a data da comunicação e também com a data em que o fato ocorreu. No caso dos roubos de rua, por exemplo, houve aumento de 39,6%, de acordo com a data de comunicação (de 9.919 para 13.851). Mas, se for analisado o momento em que ocorreu o crime, o número cai: passa de 9.345 para 11.325. O total de roubos somente em maio foi de 23.213.