Rio - O assalto sofrido pelo prefeito de São Gonçalo, José Luiz Nanci na noite de quarta-feira, no Centro do município, escancarou um problema enfrentado diariamente por cariocas e fluminenses: o roubo de veículos. “Foi muito rápido, só deu tempo de descer do carro. Graças a Deus os assaltantes não cometeram nenhuma violência contra nós”, revelou o político, por meio de nota oficial. O assalto sofrido por Nanci faz parte da rotina de milhares de motoristas.Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), foram contabilizados 4.891 casos em abril deste ano, um aumento de 50,1% em relação a abril de 2016, quando foram registrados 3.259 roubos.
De acordo com o presidente do Sindicato das Seguradoras do Rio de Janeiro, Roberto Santos, em algumas regiões do estado, como São Gonçalo e parte da Baixada Fluminense, o aumento dos roubos de veículos obrigou as empresas a reajustar em até 50% o valor dos seguros. “Todas as seguradoras do estado estão no vermelho por causa da quantidade de roubos e pagamento de indenização. Inclusive já fui procurado por duas empresas que estão pensando em deixar de vender seguros no Rio”, lamentou.
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Ainda segundo Santos, 70% dos veículos que circulam no estado não possuem seguro. Ele estima que a maior parte dos automóveis roubados tenham como destino ferros velhos clandestinos que vendem as peças no mercado paralelo. Santos cobrou mais rigidez nas ações policiais para coibir essa prática criminosa. “Nos colocamos à disposição para ajudar financeiramente e com o uso de maquinário nas operações policiais. Algo precisa ser feito contra os ferros velhos clandestinos”, exigiu. Na próxima semana, ele pretende se reunir com o presidente do Detran-RJ e com o chefe de Polícia Civil para buscar mecanismos para que as forças de segurança possam atuar contra os receptadores de peças e carros roubados.
De acordo com o titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA), Alessandro Petralanda, os veículos são roubados para várias finalidades, tais como clonagem e venda, desmanche e comercialização das peças em ferros velhos clandestinos ou para a prática de novos delitos. Alguns carros roubados são levados para fora do estado ou para o exterior. “Utilizamos todos os meios cabíveis de investigação e trabalhamos em parceria com outras instituições, principalmente a Polícia Militar, com o objetivo de identificar e prender os criminosos”, explicou o delegado. Segundo dados do ISP, o número de veículos recuperados subiu 45,5%: passou de 2.392 em abril de 2016 para 3.481 no mesmo mês deste ano.
ROUBOS A PEDESTRES CRESCEM 26,2% EM RELAÇÃO A ABRIL DE 2016
Os roubos a pedestres no Estado do Rio tiveram aumento de 26,2% em abril deste ano em relação ao mesmo período do ano passado (passaram de 6.774 para 8.551), de acordo com dados divulgados ontem pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). Foram 4.430 registros no Rio, 2.290 na Baixada, 1.246 na Grande Niterói e 585 no interior.
Houve queda de 9,5% no número de homicídios dolosos. Foram registradas 430 vítimas, menos 45 em relação ao mesmo período de 2016. Já em relação ao mês de março deste ano, foram 67 vítimas a menos. O indicador Letalidade Violenta (homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, latrocínio e homicídio decorrente de oposição à intervenção policial) apresentou redução de 6,2%, comparado com abril de 2016.
A taxa de letalidade violenta, que inclui homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e homicídio decorrente de oposição à intervenção policial, também caiu 6,2% em relação ao ano passado (569 em 2016 – 534 em 2017). Já o número de mortes por oposição à intervenção policial (autos de resistência) aumentou em 3,8% (78 em 2016 – 81 em 2017).
As apreensões de armas diminuíram 5,1% ( 746 em abril de 2017 contra 786 em abril de 2016), sendo 20 fuzis. Já o número de prisões (Guia de Recolhimento de Preso) teve aumento de 2,7% (3.357 em 2016 – 3.447 em 2017) e as apreensões de adolescentes infratores caíram 18% em relação a abril de 2016 (851 em 2016 – 698 em 2017).
As Áreas Integradas de Segurança Pública (Aisp) que apresentaram maior queda de vítimas de homicídio em abril, em comparação com o mesmo mês de 2016, foram: Aisp 8 (Campos dos Goytacazes, São Francisco de Itabapoana, São Fidélis e São João da Barra), 24 (Seropédica, Itaguaí, Paracambi, Queimados e Japeri), 32 (Casimiro de Abreu, Conceição de Macabu, Macaé, Rio das Ostras, Quissamã e Carapebus), 21 (São João de Meriti) e a 7 (São Gonçalo) com, respectivamente, 16, 13, 12, 12 e 11 vítimas a menos.
Já três Aisp não apresentaram nenhum homicídio doloso em abril. São elas: 2, que engloba Catete, Cosme Velho, Flamengo, Glória, Laranjeiras, Botafogo, Humaitá e Urca, a 4 (Catumbi, Cidade Nova, Estácio, Rio Comprido, Centro (parte), Caju, Mangueira, São Cristóvão, Vasco da Gama, Maracanã, Tijuca (parte) e Praça da Bandeira) e 38 (Paraíba do Sul, Comendador Levy Gasparian, Areal, Três Rios e Sapucaia).