Rio - Protestos contra as reformas trabalhista e da Previdência param o trânsito no Rio, desde as primeiras horas da manhã desta sexta-feira. As manifestações bloquearam as principais vias da cidade, como a Avenida Brasil, Linha Vermelha e a saídas da Ponte Rio-Niterói e da Ilha do Governador. O município entrou em Estágio de Atenção às 6h20 e o congestionamento chegou a 72 quilomêmtros na cidade, mais que o dobro do esperado, já que a médias das últimas três sextas-feiras foi de 35 quilômetros. A recomendação preferir o transporte público, como metrô, trem, barcas e BRT.
Ao meio-dia, a situação era mais tranquila e as manifestações ocorriam somente na Rua Pinheiro Machado, em frente ao Palácio Guanabara, e na Avenida Rio de Janeiro, na altura do Instituto de Traumatologia e Ortopedia (Into). A pista central também foi interditada a Avenida Presidente Vargas, em um protesto que seguiu para a Avenida Venezuela, mas as vias foram liberadas.
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, disse que o Secretário de Ordem Pública, Paulo Amendola, esteve desde as 4h da madrugada no Centro de Operações Rio (COR) acompanhando as manifestações e que tendência é que o trânsito melhore. "No período da tarde serão mais manifestações de palanque", disse.
Segundo o prefeito, as obras da Transbrasil acabaram agravando a situação do trânsito na Avenida Brasil, mas o centro de operações cumpriu seu papel acompanhando os protestos e orientando a população.
Às 9h20, a descida da Ponte para a Avenida Brasil ficou fechada, mas depois teve uma faixa bloqueada. A Avenida Brasil chegou a ter vários bloqueios, como na altura da Penha, onde cerca de 50 manifestantes colocaram barricadas nas pistas sentido Centro e incendiaram objetos, antes das 6h. Na altura do Instituto de Traumatologia e Ortopedia (Into), a pista de descida da Ponte Rio-Niterói chegou a ser fechada.
O protesto se deslocou em seguida para a Rodoviária Novo Rio. O Batalhão de Choque (BPChq) foi acionado, mas não houve registro de confronto. Um outro grupo de manifestantes fecha a Avenida Brasil em Santa Cruz, que possui somente uma pista no sentido Centro da cidade. O trânsito ficou congestionado.
Na Linha Vermelha, sentido Centro, um outro protesto também bloqueou a via expressa, por volta das 6h, na altura do Fundão. Lixo foi incendiado na pista. Às 6h20, o Centro de Operações informou que o sentido Centro foi totalmente liberado. Os congestionamentos chegaram na altura de Vigário Geral.
Protesto nas barcas e BR-101
Na Praça Arariboia, em Niterói, um grupo de manifestantes tentava impedir o embarque de passageiros nas barcas. Entretanto, a PM estava no local e os usuários entram normalmente. De acordo com a CCR Barcas, uma liminar obtida na Justiça garantiu que o serviço não fosse afetado.
A BR-101, rodovia de acesso de quem deixa Niterói e São Gonçalo e outras cidade do Norte do estado em direção à capital, foi bloqueada na Avenida do Contorno, por volta das 6h30. O trânsito apresentou lentidão de sete quilômetros, que se estendeu por parte da manhã. Equipes da concessionária e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) trabalharam para liberar totalmente a via.
Por conta do bloqueio na descida para a Avenida Brasil, sentido Rodoviária Novo Rio, a Ponte Rio-Niterói apresentou trânsito lento, com tempo de travessia chegando a 22 minutos.
Transporte público
A recomendação da Centro de Operações da Prefeitura é usar os transportes públicos. Trens, metrôs, VLT e barcas funcionam normalmente. No BRT, somente o corredor Transcarioca opera com intervalos irregulares.
Acesso ao Aeroporto do Galeão com protesto
O acesso para o Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Galeão, foi dificultado por manifestantes que ocuparam uma faixa da Avenida 20 de Janeiro. Os reflexos no trânsito chegaram na Linha Vermelha.
Greve geral
Sindicatos, trabalhadores, além de movimentos sociais e estudantis aderiram à greve geral, marcada para esta sexta-feira.
A paralisação, que ocorre em vários estados do país, foi idealizda pela CUT, Força Sindical, UGT e outras sete centrais sindicais. Na pauta de reivindicações estão o fim da reforma trabalhista e da Previdência e a realização de eleições diretas para presidente.
A greve geral ocorrida no último dia 28 de abril foi considerada pelas centrais sindicais a maior da história. As estimativas das centrais é que cerca de 40 milhões de trabahadores tenham aderido ao movimento.