Rio - Um casal viveu momentos de terror enquanto voltava de uma festa junina, na última sexta-feira, em Higienópolis, na Zona Norte do Rio. Uma mulher foi atropelada e roubada por bandidos, na Rua Santa Mariana, durante a madrugada. Flavia Ahrens Moreira, de 40 anos, estava grávida de três meses, mas o bebê não resistiu. Ela passará por um procedimento, na manhã desta segunda-feira, para retirar o feto.
Na ocasião do crime, Flavia estava acompanhada do marido, que levou uma facada na mão esquerda, e do enteado de dez anos. Mãe de um adolescente de 14 anos, ela estava grávida do primeiro filho com o administrador de empresas Eduardo Baptista, de 38 anos. O menino não se feriu e os bandidos conseguiram fugir.
Mesmo com a decisão de se mudar de Higienópolis, Flavia não acredita que vá se livrar da violência que assola a cidade. Ela e o marido já tinham começado o enxoval de Arthur, mas as primeiras fotos grávida e com os preparativos do bebê foram perdidas porque que estavam no celular que foi roubado.
“Queria um filho com ele, mas vamos tentar de novo. Quero muito. Só tinha fotos grávida no celular que passei para o grupo da família pelo WhatsApp. Não salvei nenhuma no computador. Será que temos, agora, que ficar presos?”, questiona ela, que lembra dos momentos de terror e conta que seu enteado, que presenciou tudo, está apavorado e terá que ter acompanhamento psicológico.
“Graças a Deus meu filho não estava porque ele é muito medroso e não teria reação na hora. Meu enteado foi muito sagaz, mas meu filho não teria a mesma reação dele. Meu filho já tinha medo de morar aqui, agora está com mais medo ainda. Meu enteado, apesar de ter sido esperto, também está apavorado, só quer dormir com a gente e terá que ser acompanhado por um psicólogo”, contou Flavia. O caso está sendo investigado pela 21ª DP (Bonsucesso).
Crime flagrado pelas câmeras
O crime foi flagrado por câmeras de segurança da rua. Nas imagens, é possível ver Flavia sendo atropelada por um carro branco. Depois, um dos bandidos sai do veículo e ataca o marido da vítima, Eduardo Baptista, e o filho dele. O segundo assaltante, que dirige o carro, puxa a bolsa da mulher enquanto ela continua deitada no chão. Os bandidos conseguem fugir.
Baptista divulgou o caso por meio de sua rede social. Ele contou que perdeu o movimento da mão por causa da facada e que precisar fazer fisioterapia ou uma cirurgia. "Eu tomei a facada sem reagir. Estamos assustados, ficamos 30 horas sem dormir", afirmou. "Tenho fé em Deus que eles [os bandidos] pagarão pelo que fizeram. Vamos torcer para que os policias prendam esses bandidos. Sabemos que é difícil, mas não é impossível", destacou o marido da vítima, que também teve os pertences roubados.
Parentes e amigos do casam prestaram solidariedade e lamentaram o ocorrido. "O Rio de Janeiro está entregue. Boa recuperação para vocês", escreveu um deles. "Estou em choque por vocês", reforçou outro internauta. "Que horror! Pedimos paz", completou outro. Em nota, a Polícia Militar informou que o 22º BPM (Benfica) não foi acionado para a ocorrência.
Bebê baleado em Caxias dentro da barriga da mãe
Esse é o segundo caso em uma semana que um bebê foi atacado dentro da barriga da própria mãe. Claudineia dos Santos foi atingida na pelve quando seguia para casa na Favela do Lixão, em Duque de Caxias, no dia 1º. A vítima foi socorrida no Hospital Moacyr do Carmo, onde deu entrada lúcida, e precisou passar por uma cesariana de emergência.
Ela recebeu alta na última quinta-feira, mas Arthur continua internado. A equipe médica do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, que cuida do recém-nascido, confirmou que ele está com paraplegia, mas pode reverter o quadro e recuperar os movimentos das pernas. Tudo depende de sua evolução. O estado de saúde da criança ainda é considerado grave.
O projétil passou pelo crânio do bebê, entrou pelo ombro direito, atingiu a coluna e cruzou o pulmão. Segundo o coordenador médico da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do hospital da Baixada Fluminense, Eduardo de Macedo Soares, caso o bebê não regenere os movimentos, essa pode ser sequela mais grave que a criança levará para vida.