Por adriano.araujo
PM no Cerro Corá durante operação para prender assaltantes que agem em trilhasDivulgação

Rio - Agentes da Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat) e policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Cerro Corá realizaram uma operação na favela do Cosme Velho, na Zona Sul do Rio, na manhã desta sexta-feira. O objetivo era cumprir mandados de prisão contra seis e um de apreensão contra um menor, apontados como assaltantes que vêm aterrorizando frequentadores de trilhas do Parque Lage e do Cristo Redentor. Segundo a Deat, eles foram reconhecidos por vítimas de roubos.

Sete suspeitos, que não fazem parte da lista de mandados de prisão, foram conduzidos para a delegacia, de acordo com a PM, e um pedreiro foi preso. Lucas Lima Luiz Vicente, Wallace Guilherme Soares Silva, Romário Cosme de Assis, Luiz Henrique da Silva Fonseca, Rafael Vicente Ferreira e Wesley Ulisses de Souza Santana Santos continuam foragidos.

Delegada da Deat, Valéria Aragão contou que o índice de assaltos nessa trilha aumentou nos últimos seis meses por causa do crescimento de operações da UPP na comunidade. "O tráfico começou a permitir que os traficantes utilizem o local para cometer crimes", contou.

Valéria explicou ainda que alguns moradores são aliciados por traficantes para cometer esses crimes, como foi o caso do pedreiro, que roubou o celular de um turista. Ele foi encontrado após a polícia rastrear o aparelho. 

"Eu não recomendo que essa trilha seja feita. Sugiro, sim, o seu fechamento temporário. Já assinalamos os pontos vulneráveis. Estou envolvida nessa trilha há meses e temos avanços bastante positivos do ponto de vista da investigação, que é a atribuição da Polícia Civil. O patrulhamento ostensivo na região nunca será eficiente porque os recursos humanos nas forças de segurança estão avassaladoramente escasseados", complementou.

Lucas Luiz Vicente%2C Wallace Guilherme Silva%2C Romário Cosme de Assis%2C Luiz Henrique da S. Fonseca%2C Rafael Vicente Ferreira e Wesley Ulisses de Souza Santos são procuradosDivulgação / Arte O Dia Online

A delegada destacou que essa operação surgiu após seis meses de investigação. Os policiais levaram, nesta sexta-feira, quatro guias turísticos e três parentes dos suspeitos para prestar depoimento. Entre os familiares há uma mulher que seria a mãe de um dos chefes da quadrilha.

"Os turistas chegam lá em cima [da trilha] cansados e sem reação. Essa trilha começou a ser alvo por ser muito famosa. Os bandidos descobriram que os turistas, principalmente os alemãs e americanos, levam objetos de valor para o passeio", disse.

Participaram da operação também policiais militares do Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur) e do o Comando de Polícia Ambiental (CPAm). Na semana passada, a Justiça decretou a prisão dos suspeitos.

A decisão da juíza Raphaela de Almeida Silva, da 29ª Vara Criminal, ocorreu após a Deat identificar os integrantes do grupo. Um dos procurados nesta sexta-feira participou deste roubo, que terminou com dois turistas estrangeiros — , um polonês e um inglês — esfaqueados. Todos já tinham passagem pela polícia por roubo.

Os roubos neste trecho da trilha, que é muito frequentado por cariocas e turistas, têm sido recorrentes. Na primeira semana após a inauguração oficial da Transcarioca, em fevereiro, O DIA publicou que pelo menos um grupo de cinco americanos e um casal de brasileiros já tinham sido assaltados, em dois dias consecutivos.

Reportagem do estagiário Rafael Nascimento, sob supervisão de Gabriela Mattos

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