Rio - A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ) entregou à Corregedoria de Polícia Civil, na tarde desta quinta-feira, o pedido de afastamento e também o de suspensão do porte de arma do policial acusado de agredir um estudante da Universidade Federal Fluminense (UFF) por homofobia. De autoria do Núcleo da Diversidade Sexual e Direitos Homoafetivos da Defensoria (Nudiversis), o documento também foi entregue ao Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) para o devido acompanhamento.
"Ainda existe risco à integridade da vítima e à efetividade das investigações. Além disso, a gravidade dos atos de tortura dos quais o policial é acusado justifica que seja afastado de suas funções, de maneira cautelar, e que tenha o porte de arma suspenso", destaca a coordenadora do Nudiversis, Lívia Casseres.
Assistido pelo Nudiversis, o jovem de 23 anos disse em depoimento na Corregedoria, nesta quarta-feira, que passou por uma “sessão de tortura física e psicológica” ao tentar registrar o furto do seu celular na 81ª DP (Itaipu), na Região Oceânica de Niterói.
De acordo com o depoimento, o caso aconteceu na madrugada da última quinta-feira e as agressões foram motivadas por homofobia, já que o policial teria se irritado com o “estilo de ser” do jovem e também por ter sido procurado por ele na delegacia por volta das 4h da manhã. Vindo de uma comemoração com amigos da faculdade, o estudante contou que voltava para casa de ônibus quando sentiu falta do celular e por isso decidiu procurar a unidade para o registro imediato da ocorrência.
Já no local disse que precisou bater na porta e que foi atendido de forma ríspida, sendo conduzido para o interior da Delegacia. Em vez de ter sua ocorrência registrada, o jovem conta que levou tapas no rosto de um dos agentes enquanto outro, também de plantão, presenciou tudo e nada fez para impedir as agressões. O estudante relatou ainda que tentou fugir, mas foi alcançado no estacionamento e agredido ainda mais. De acordo com o depoimento, o mesmo policial apontado como o autor das agressões foi quem levou o jovem para o hospital.