Por gabriela.mattos

Rio - Sete pacientes do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia do Hospital Moncorvo Filho, na Rua Moncorvo Filho, no Centro, foram assaltados, às 5h desta quinta-feira, enquanto estavam na fila esperando para serem atendidos. Segundo testemunhas, o bando — três homens e uma mulher armados — chegou em um carro prata de luxo e roubou celulares, bolsas, documentos, dinheiro e vários outros pertences das vítimas.

Pacientes foram assaltados na fila do Instituto Estadual de Diabetes e EndocrinologiaSeverino Silva / Agência O Dia

De acordo com as vítimas, eles levaram até uma mochila de uma adolescente de 12 anos. "Foi tudo muito rápido. Eles estavam muito agressivos e desceram do carro gritando 'passa, passa, passa'. É lamentável. Os bandidos não estão respeitando nem mais pacientes doentes nas filas", contou a cuidadora de idosos Fernanda Nogueira Dutra, de 32 anos. Ela é de Muriaé, Minas Gerais, e trata da diabetes no Moncorvo Filho há 12 anos.

Ela reclamou ainda das condições do hospital que, segundo ela, só abre às 6h. "Sempre foi assim: a gente tem que chegar aqui cedo para ser atendido primeiro e tem que ficar do lado de fora, mesmo quando está chovendo", disse ela, que teve os documentos roubados. Nervosa, Fernanda foi para a casa de uma amiga em São Cristóvão. De lá, ela contou que foram à 17ª DP (São Cristóvão) registrar o caso, mas não conseguiu.

Fernanda teve os pertences e documentos roubados enquanto estava na filaSeverino Silva / Agência O Dia

"Disseram que não era a área da ocorrência, que eu estava sem documentos e mandaram eu voltar ao hospital para pegar os documentos. Absurdo isso", denunciou ela. As vítimas reclamaram ainda que acionaram a PM às 5h20, mas só chegou ao local às 7h.

Já o mecânico Jurandir Ferreira Ramos, de 52 anos, escapou do assalto por pouco. Ele foi ao hospital com sua mulher, Gracilete Casimiro de Oliveira, mas desistiu de ficar na fila e preferiu esperar o atendimento dentro do carro. "Vimos tudo pelo retrovisor, foi rápido demais. Poderia ter sido ela [uma das assaltadas]. O hospital tinha que deixar pelo menos as pessoas ficarem no estacionamento", afirmou Jurandir. 

Dona de casa, Gracilete se trata na instituição há quase 30 anos. "A gente espera que tenha segurança e o mínimo de saúde no estado, mas vemos o contrário. A insegurança é grande", destacou a mulher, de 46 anos.

Procurada, a Polícia Civil informou que o registro da ocorrência foi feito na 4ª DP (Praça da República), que abriu inquérito para apurar os fatos. "Policiais estão realizando buscas de imagens de câmeras de segurança instaladas na região e outras diligências que possam ajudar a identificar a autoria do crime", completou, em nota.

Até a publicação desta reportagem, a Secretaria de Estado de Saúde não havia enviado uma resposta sobre o assalto. Já a PM informou que policiais do 5º BPM (Praça da Harmonia) foram acionados para verificar os roubos. Segundo a corporação, os militares disseram que nenhuma vítima quis registrar o caso na delegacia. Os bandidos conseguiram fugir.

?Reportagem do estagiário Rafael Nascimento, com supervisão de Maria Inez Magalhães

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