Rio - Michel Temer irá sobrevoar, ao lado de ministros, áreas cobertas por militares no Rio de Janeiro, neste domingo, como parte das ações da 'Operação o Rio Quer paz e Segurança' iniciada esta semana. O plano de voo prevê passagens pela Região Metropolitana cidade, em alguns pontos com a presença dos militares.
Antes do voo, o presidente se reuniu com o os ministros da Defesa, Raul Jugmann, e da Justiça, Torquato Jardim, para se informar sobre a atuação das Forças Armadas na segurança do Estado. Também participaram do encontro o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), o prefeito Marcelo Crivella (PRB) e o general Braga Netto, que está à frente do Comando Militar do Leste (CML).
Após a reunião, o presidente concedeu uma entrevista coletiva e ressaltou o apoio do governo federal para ajudar o Rio no combate à violência: "A insegurança que está na cidade e no estado é uma preocupação constante dos cariocas, mas também do governo federal e todos os brasileiros", afirmou.
Temer fez questão de afirmar que o plano de ajuda à cidade foi discutido e debatido por diversas vezes antes de ser colocado em prática: "Quero comentar que ao longo dos últimos seis meses, temos feito em Brasília muitas reuniões, discretas, tratando o tema da segurança pública do Rio de Janeiro. Toda essa discussão que se deram, tinham por base a integração de todos os setores de inteligência", disse.
Ao ser questionado sobre o tempo de atuação das Forças Armadas no Rio, presidente disse que existe a possibilidade da operação seguir até 2018: "No meu decreto fixei que a operação se dará até 31 de dezembro de 2017, mas nada impedirá que no início do ano poderemos prorrogar até o fim de 2018. A ação coordenada das forças pode ser prorrogadas para o ano seguinte. A primeira conclusão que se teve é que já diminuíram os índices nesses primeiros dias. Principalmente, no roubo de cargas. A coordenação entre as forças é o principal ponto. A Guarda Municipal também vai ajudar. A população do Rio está apoiando, com aplausos.", concluiu.
Presente na coletiva, o porta-voz do Comando Militar Leste (CML), Roberto Itamar, aproveitou para ressaltar que apesar da primeira parte da operação tratar apenas de reconhecimento, é importante para manter a integridade dos cidadãos do Rio: "Essa primeira fase da operação, que é um reconhecimento do terreno, tem o objetivo de evitar a morte de inocentes em operações futuras. Esse reconhecimento da rotina das comunidades é fundamental para que inocentes não sejam afetados", disse.
'Ministro da Defesa diz que objetivo é 'golpear a criminalidade'
O ministro da defesa, Raul Jungmann, concedeu uma entrevista coletiva no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no Centro, na tarde deste sábado. Acompanhado do secretário de Segurança Pública, Roberto Sá, ele comentou o balanço do primeiro dia de operações das Forças Armadas no Rio de Janeiro. O segundo dia da Operação 'O Rio quer Segurança e Paz', em que as Forças Armadas atuam em conjunto com as polícias do estado, acabou sem presos, apreensões e confronto. A presença dos militares serviu para aumentar a “sensação de segurança” nas vias da cidade.
O ministro revelou que a segunda fase será iniciada em breve e a ação dos militares será menos ostensiva: "As pessoas podem estranhar que o número de militares nas ruas vai diminuir, mas isso será normal". Jungmann também afirma que novas operações serão feitas de maneira integrada e sem aviso prévio. Segundo ele, objetivo é agir com inteligência para "golpear a criminalidade no seu arsenal, no centro de controle e nas suas ações". Ele garantiu que a operação visa ainda combater grupo de milicianos no estado.