Rio - A Polícia Militar divulgou na noite desta segunda-feira um vídeo que mostra uma parte da negociação da corporação com o bandido que sequestrou um caminhoneiro na Avenida Brasil. O crime ocorreu na altura de Deodoro, no domingo. O assaltante Emerson Garcia Miranda de Abreu, de 19 anos, se entregou após a chegada da mãe dele ao local.
No áudio, o PM tenta tranquilizar o assaltante: "Eu trouxe ela (a mãe) aqui e queria que você ouvisse. Eu estou abraçado com ela". Depois, a mãe tenta reforçar o recado. "Está escutando, Emerson? Está escutando eu falar contigo?".
O criminoso responde: "Vem um policial com ela, que vou dar a arma na mão. Tá pensando o que? Tira a mão do fuzil". O PM pede para que o bandido coloque a arma no chão e lembra novamente que a mãe está presente. Emerson questiona se o policial quer atirar, mas o militar nega. "Caminha devagar e você vai colocar a arma no chão", diz o PM. Então, o sequestrador se rende.
Emerson e o caminhoneiro Antonio Euclides Ribeiro foram feridos e levados para o Hospital Albert Schweitzer. Toda ação durou três horas. Com o suspeito, foram apreendidos uma pistola, uma faca, dois carregadores e um bloqueador de GPS. A operação foi realizada pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e por policiais do 16º BPM (Olaria), do 14º BPM (Bangu) e do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE).
'Ele dizia que ia me matar', conta caminhoneiro sequestrado na Avenida Brasil
O caminhoneiro Antonio Euclides Ribeiro prestou depoimento na Cidade da Polícia na manhã desta segunda-feira.
Antonio contou que o bandido estava nervoso e apontou a arma para a cabeça dele. "Toda hora ele dizia que iria me matar se eu deixasse os policiais passarem, se eu não corresse. Quando ele colocou a arma na minha cabeça eu só pensava nos meus dois filhos. Pensei que eu ia morrer, ele me apavorou o tempo todo. Quando começaram os tiros tive a certeza de que ia morrer", desabafou o motorista, de 36 anos, que ficou refém do assaltante por três horas.
A troca de tiros começou quando PMs dispararam contra os pneus da carreta, forçando o veículo a parar. Emerson revidou o ataque. Ele e Antonio ficaram feridos, mas sem gravidade. Antonio seguiu para Minas Gerais, onde mora, e Emerson está preso na Central de Garantias, na Cidade da Polícia, no Jacaré.