Rio - As Forças Armadas, a Polícia Militar e a Polícia Civil realizam, desde a madrugada desta quarta-feira, uma operação em conjunto em comunidades de Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Ao todo, serão cumpridos 26 mandados de prisão preventiva, dois de busca e apreensão de menores e 34 de busca e apreensão. A ação tem a participação de 2,6 mil homens das forças de segurança.
No início da manhã, moradores relataram tiroteio nas comunidades Ititioca, Atalaia, Preventório, Igrejinha, Caramujo e Grota, onde os militares estão atuando. Até às 14h, 12 pessoas foram detidas e um militar do Exército baleado. Oito pessoas que já estavam presas tiveram outros mandados de prisão recebidos. Um menor foi apreendido.
Além disso, as equipes apreenderam oito carregadores de fuzil, dois coletes balísticos, três radiotransmissores, 1 kg de maconha, 100 pinos de cocaína e material de contabilidade, seis carros e duas motos.
O militar foi atingido na mão em um confronto na favela do Caramujo, por volta das 8h. De acordo com a assessoria de imprensa do Exército, o ferimento não é grave, mas a vítima foi encaminhada para um hospital da região para ser avaliada.
Por causa da operação, algumas ruas em Niterói estão interditadas, principalmente aquelas no entorno das favelas. Por volta das 7h, os motoristas também enfrentaram retenções na Alameda São Boaventura e na Ponte Rio-Niterói, onde o tempo de travessia no sentido Rio chegou a 20 minutos. Dois helicópteros, uma da Marinha e outro do Exército, e 33 blindados dão apoio às ações, além de 120 viaturas de transportes.
A secretaria destacou que os espaços aéreos estão sendo controlados. Há restrições para aeronaves civis nas áreas de atuação dos agentes, mas não há interferência nos aeroportos. Ainda não há um balanço da ação, que está sendo coordenada pelo Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova, no Rio.
Prisões não equivalem ao efetivo usado
Especialistas em Segurança Pública consideram que a quantidade de prisões, de drogas e outras apreensões efetuadas ontem, foram ínfimas diante do efetivo disponibilizado. E sustentam que as Forças Armadas estão sendo empregadas de forma errada no combate à criminalidade.
“Nem em sonho poderia se imaginar que teríamos um efetivo desse porte para cumprir mandados de prisão. As polícias Civil e Militar já fazem isso todo dia. Se as Forças Armadas pudessem patrulhar ruas e vias especiais seria muito mais útil”, avaliou o presidente do Instituto de Criminalística e Ciências Policiais da América Latina, José Ricardo Bandeira.
“Se o efeito procurado é publicitário, podem dizer que a operação foi um sucesso. Se considerarmos o montante do efetivo empregado, o resultado foi ridículo”, opinou o delegado federal aposentado Antônio Rayol.
*Colaborou o repórter Gustavo Ribeiro
*Com informações da Agência Brasil