Rio - Um pedreiro foi baleado durante um intenso confronto no Jacarezinho, Zona Norte do Rio, na manhã desta quinta-feira. Segundo a família, Moisés Alves, 28 anos, foi atingido no ombro direito enquanto deixava o primo, que é cadeirante, na estação de trem. Ele foi socorrido por moradores da favela e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Manguinhos. Depois, foi transferido para o Hospital Municipal Salgado Filho, onde passa por uma cirurgia.
A Polícia Civil investiga se Moisés estava com uma moto roubada no momento em que foi ferido. No entanto, a família negou e garantiu que Moisés não está envolvido com o crime. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que a vítima foi socorrida em um carrinho usado para transportar mercadorias.
O pai de Moisés, Samuel Alves, barbeiro de 55 anos, teme que prendam o filho depois da cirurgia. Desde o início da operação policial, ele disse que não não consegue abrir sua barbearia. "Meus filhos não estão mais indo a escola. A gente é refém. Imagina pra mim, que sou pai, quando me falaram que meu filho tinha morrido", contou.
Em nota, o comando da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da favela informou que "não houve registro de ocorrência do tipo envolvendo o efetivo da unidade nesta quinta-feira".
Além do Moisés, um cachorro da raça poodle também foi baleado.
Violência sem fim no Jacarezinho
Os moradores do Jacarezinho enfrentam o sétimo dia seguido de intensos confrontos na comunidade. Nesta quarta-feira, um mototaxista morreu após ser baleado. André Luis Medeiros foi atingido na última sexta, foi levado para o Hospital Municipal Souza Aguiar, mas não resistiu.
No mesmo dia, um policial da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) foi morto em troca de tiros com bandidos. Conhecido como Xingu, o inspetor policial Bruno Guimarães Buhler era considerado um dos maiores atiradores de elite da Polícia Civil, onde estava há sete anos. Ele entrou para a Core em 2014.