Rio - Policiais da 78ª DP (Fonseca) prenderam, na manhã desta quarta-feira, uma suspeita de chefiar o tráfico de drogas na comunidade Nova Brasília, no bairro Fonseca, em Niterói. Conhecida como 'Princesa', Angela Cristine Polisseni morava em um prédio de luxo, na Rua Álvares de Azevedo, em Icaraí, na Zona Sul da cidade. Segundo as investigações, a quadrilha faturava R$ 1 milhão por mês e 'Princesa' levava R$ 12 mil por semana.
Segundo a polícia, ela é mulher do traficante Luiz Claudio Gomes, o 'Pão com Ovo', que comandava anteriormente o tráfico na favela. Ela assumiu o posto após o marido ser preso e levado para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio.
Na ação, o advogado do casal, Mauro Silva Sant'Ana, o 'Doutor Mauro', também foi preso. Ele é acusado de prestar auxílio jurídico para ocultar o patrimônio ilícito e teria ainda intermediado o pagamento de propina para agentes públicos.
Angela era conhecida por ter um motorista particular, fazer viagens ao Caribe e frequentar lojas e salões de beleza de luxo na cidade. Ela e Mauro eram investigados por lavagem de dinheiro por colocarem bens em nome de terceiros para simular uma transação legal e ocultar a origem do dinheiro.
O traficante 'Pão com Ovo' é integrante da facção Comando Vermelho e tem 22 anotações em sua ficha criminal. De acordo com a polícia, ele é considerado um dos traficantes mais "sanguinários" da cidade. Ele teve a prisão decretada pelo sequestro e assassinato de uma estudade, de 18 anos, em setembro de 2009.
Além disso, o homem é suspeito de planejar uma emboscada contra um coronel da PM, em 2010, que na época ocupava o cargo de secretário da Administração Penitenciária. O traficante teria ainda sido o mandante da morte do sargento Joilson da Silva, em fevereiro de 2014. O policial foi morto com mais de 50 tiros em represália por impedir a realização de bailes na favela.
Na ação, os bens de Angela e Mauro, tais como imóveis em Niterói, Saquarema e Cabo Frio, carros e contas bancárias, foram sequestrados. Os agentes apreenderam joias, R$ 20 mil e US$ 5 mil. Todos os bens poderão ser revertidos em favor da Polícia Civil após a sentença penal condenatória.