Rio - A Secretaria Estadual de Direitos Humanos se solidarizou com o cirurgião bucomaxilofacial Jader Rangel, 54, que denunciou ter sofrido racismo em um minimercado no Centro. Como O DIA publicou ontem, ele contou ter sido acusado injustamente de furto no local, na terça-feira. O secretário Átila Nunes vai solicitar à 4ª DP (Praça da República) que esclareça por que não registrou o caso como injúria racial.
O consumidor, que é negro, contou que uma funcionária do Minimercado e Padaria Segóvia mandou ele devolver algo "escondido na roupa". Jader pediu que a polícia fosse chamada. Nenhum objeto de furto foi encontrado e o caso foi registrado como Medida Assecuratória de Direito Futuro (que estabelece bases para possível ação de indenização).
"O registro é equivocado. Se não for corrigido, estamos alimentando a impunidade. Com certeza esse tipo de abordagem não acontece com todos os clientes. É muito claro que se trata de preconceito", afirmou Nunes.
O cirurgião, com 30 anos de atendimento pelo SUS e particular, disse que passou por humilhação, com muita gente em volta. "O funcionário não saía de perto de mim, como se eu fosse fugir. A dona da loja não quis ir à delegacia".
As donas da Segóvia disseram que não houve racismo. A Polícia Civil esclareceu que a ocorrência será analisada pela 1ª DP (Praça Mauá), que vai chamar todos os envolvidos para depor.