Rio - O Rio Ônibus voltou a atacar o prefeito Marcelo Crivella devido ao congelamento da tarifa. Em carta divulgada ontem, o sindicato afirma que "decisões unilaterais" levaram o sistema a "um grave e perigoso desequilíbrio". A Secretaria Municipal de Transportes reagiu dizendo que estuda combater irregularidades do serviço até com intervenção contratual.
A carta foi divulgada um dia depois que funcionários de quatro empresas fizeram paralisação por causa de salários atrasados. O Rio Ônibus ressaltou que o congelamento da tarifa (a prefeitura não concedeu reajuste em janeiro e depois a Justiça determinou redução de R$ 0,20 duas vezes) é uma insegurança jurídica. "Há dois anos sem reajuste da tarifa, a elevação do custo de insumos como o óleo diesel (...) é integralmente assumida por um setor já combalido financeiramente", alegou.
O Rio Ônibus destacou que a situação é agravada pelo transporte clandestino e que sete empresas já encerraram suas atividades e outras 15 estão prestes a fechar. E concluiu solicitando uma avaliação técnica.
Crivella informou que está disposto a encontrar os empresários hoje ou amanhã. O secretário municipal de Transportes, Fernando Mac Dowell, esclareceu que sempre manteve canal aberto com o Rio Ônibus e afirmou que medidas previstas em lei podem ser tomadas para punir a má prestação de serviço. "A SMTR fiscaliza permanentemente o serviço e está estudando a reformulação do Código Disciplinar, de 2012, para aplicação de multas mais pesadas, podendo até mesmo tomar medidas previstas em lei, como intervenção contratual no sistema de ônibus", disse Mac Dowell.
O presidente do sindicato de motoristas e cobradores, Sebastião José da Silva, informou que uma audiência realizada ontem no TRT terminou sem proposta de regularização de salários. Uma assembleia vai decidir hoje se haverá paralisação geral.