Rio - Em reunião com representantes do Rio Ônibus, na manhã desta terça-feira, o prefeito Marcelo Crivella anunciou que vai contratar uma auditoria independente para avaliar a situação atual das empresas de ônibus. De acordo com o prefeito, o objetivo é "fazer um estudo técnico e encontrar um ponto de equilíbrio para uma tarifa de ônibus mais justa".
O Rio Ônibus informou que 4 milhões de pessoas utilizam os coletivos diariamente na cidade, sendo 40% de gratuidades. Segundo o sindicato, a prefeitura deveria reembolsar entre R$ 1,70 e R$ 1,85 por estudante que não paga a passagem, mas o valor não estaria sendo pago desde 2013. Apenas daquele ano, de acordo com o órgão, a dívida é de R$ 200 milhões.
Presidente do Rio Ônibus, Cláudio Callak afirmou que o sindicato vai recorrer da decisão do Tribunal de Justiça em abaixar a passagem para R$ 3,40. "Queremos uma isenção para que o estudo seja feito sem a interferência de ambas as partes [sindicato e prefeitura]. Sempre quisemos trazer transparência e hoje conseguimos convencer o prefeito de fazer uma reavaliação do contrato e de ver qual é a tarifa justa para a passagem", explicou.
Crivella saiu do encontro sem falar com a imprensa, pois tinha uma viagem marcada para Brasília ainda nesta manhã. Por meio de nota, a prefeitura explicou que o contrato será assinado com a empresa PrecewaterhouseCoopers (PWC), que deverá concluir o trabalho de consultoria em seis semanas.
Segundo Crivella, somente após o estudo, a prefeitura poderá apresentar ao Ministério Público e à Justiça uma nova tarifa de ônibus. "Uma tarifa que seja adequada com os melhores serviços e melhor qualidade para o povo da nossa cidade. Vamos continuar as conversas e, sobretudo, concluir os estudos científicos", disse o prefeito.
Na reunião, o prefeito sugeriu ainda a realização de novos encontros com representantes do Rio Ônibus para acompanhar os estudos da PWC. Também participaram da reunião o vice-prefeito e Secretário Municipal de Transportes, Fernando MacDowell; o procurador geral do Município, Antônio Carlos de Sá; a sub-procuradora geral judicial, Ana Paula Buonomo; o representante do consórcio Santa Cruz, Alexandre Colonese, e o presidente do consório BRT, Jorge Dias, também participaram da reunião, nesta terça, na sede da prefeitura, na Cidade Nova.
Carta do Rio Ônibus
Na semana passada, o órgão divulgou uma carta aberta ao prefeito sobre a situação das empresas. O documento citava várias decisões da prefeitura que, de acordo com o Rio Ônibus, levaram o setor dos ônibus ao "desequilíbrio".
No documento, o sindicato cita o congelamento da tarifa em janeiro, o que já havia ocorrido em 2013, além da oferta de gratuidades. Segundo o Rio Ônibus, a climatização da frota dos coletivos foi assumida "apenas pela prefeitura, sem que as empresas tenham sido consultadas".