Rio - A Segurança Pública do estado já está batendo continência. Sob o comando do General de Divisão Mauro Sinott Lopes, um dos homens fortes do interventor federal, general Walter Braga Netto, estão sendo realizadas reuniões desde segunda-feira, no Comando Militar do Leste (CML), para traçar um diagnóstico da situação de cada uma das pastas da área de segurança, bem como receber sugestões. Por enquanto, estão sendo discutidas apenas questões administrativas.
Na segunda-feira, o encontro foi com a Polícia Militar. Na terça, foi a vez da Chefia de Polícia Civil. O delegado Carlos Leba sentou frente a frente com o general Sinott. Fontes ouvidas pelo DIA contaram que Leba reclamou da falta de dinheiro e de pessoal, salientando a necessidade de concurso público para a instituição.
Ontem, a reunião foi com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). O secretário David Anthony e mais cinco subsecretários apresentaram um relatório com as principais demandas da pasta, além de levar propostas para reduzir a superlotação carcerária. Entre as preocupações da Seap, estão o pagamento dos fornecedores de alimentos à população carcerária (51 mil presos), cuja falta poderia gerar rebeliões, e a dificuldade no transporte de presos, já que apenas oito das 36 viaturas estão em condições de funcionar. Como proposta, apresentaram projeto para conclusão da obra de um presídio no complexo de Gericinó, com capacidade para 600 internos, que poderia desafogar outras unidades. Além disso, pediram investimentos no setor de informática.
Hoje a reunião é com o Corpo de Bombeiros e amanhã é a vez da Secretaria de Segurança Pública (Seseg), cujo titular, delegado federal Roberto Sá, foi exonerado. O resultado dos encontros serão apresentados ao general Walter Braga Netto, que chega ao Rio hoje de manhã, após passar a semana em Brasília. No final da noite de anteontem, o Senado Federal aprovou o decreto que autoriza a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, por 55 votos a favor, 13 contra e uma abstenção.
Ontem, o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Milton Fernandes de Souza, reafirmou que a expedição de mandados de busca e apreensão coletivos está totalmente descartada. "É impossível a pessoa expedir um mandado para invadir um bairro inteiro", afirmou. O desembargador disse que torce pelo sucesso da intervenção e que a Justiça do Rio vai colaborar dentro do ordenamento jurídico.