Por O Dia

Rio - Dois jovens foram mortos, na madrugada deste sábado, por outros adolescentes em um alojamento do Educandário Santo Expedito, unidade de internação do Degase em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Os envolvidos vão responder a novo processo judicial, agora com ato infracional praticado durante o cumprimento de medida socioeducativa. As vítimas tinham 17 e 19 anos. Oito internos, quatro maiores e quatro menores estão envolvidos no crime, segundo o Sindidegase.

Em nota, o Novo Degase esclarece que a Polícia Civil e a Corregedoria do Novo Degase foram imediatamente avisados e já estão investigando o ocorrido. Os familiares da vítima estão recebendo todo auxílio necessário.

Informações preliminares indicavam que as vítimas foram mortas por enforcamento e que seriam estupradores. No entanto, a Polícia Civil, não confirmou os dados. O caso foi registrado na 34ª DP (Bangu).

O presidente do Sindicato dos Servidores do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Sind-Degase), João Luiz Pereira Rodrigues, criticou as condições do educandário e das demais unidades.

"Lidamos com brigas de facções, unidades superlotadas e baixo efetivo. Uma unidade como o Educandário Santo Expedito comporta, no máximo, 90 internos. Hoje, são 538. Há muitos anos que a unidade sofre com a superlotação. A gente sinaliza, mas as autoridades não fazem nada. Os servidores ficam numa situação de vulnerabilidade. A legislação determina que deve ser um agente para cada cinco internos. São cerca de 15 agentes por plantão".

João Luiz disse ainda que há um concurso para agentes que está em andamento desde 2015, mas ainda não houve nomeações. "São 160 servidores formados desde dezembro de 2015. Estão só esperando a nomeação e nada".

O presidente do Sind-Degase espera que o que aconteceu sirva de alerta. "Isto já era uma tragédia anunciada. O sistema não investe nem constrói novas unidades. O equipamento dos agentes é precário. Não temos, por exemplo, equipamento para debelar uma rebelião, como escudos, capacetes. Os riscos são grandes para os agentes e também para os internos. Espero que algo seja feito logo".

Ele afirmou ainda que a segurança nas unidades foi banalizada. "Quando fomos vinculados à Secretaria de Estado de Educação o foco ficou todo no socioeducativo o que é é fundamental para ressocialização, mas neste processo a segurança foi esquecida, banalizaram a seguranças nas unidades do Degase".

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