Com repasse de mais de R$ 507 milhões para o combate ao crime no ano passado, entidade quer política de colaboração com outros órgãos públicos
Detran defende apoio para a SegurançaArte O DIA
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Rio - Em meio à crise econômica e ao clima de insegurança no Rio, órgãos públicos fazem a sua parte para ajudar na solução de problemas envolvendo a violência. Em 2017, o Detran repassou mais de R$ 507 milhões às polícias Civil e Militar. O investimento ainda inseriu ações educativas para o trânsito. A entidade, que também auxilia o programa Lei Seca, vai passar a colaborar com a recuperação das rodovias estaduais.
Neste ano, o Detran vai repassar R$ 86 milhões à Secretaria de Estado de Obras. As ações fazem parte de uma reformulação no órgão, que passa por um processo de desburocratização, com soluções alinhadas às novas tecnologias. A partir deste domingo, o DIA começa a publicar uma série de quatro reportagens mostrando as mudanças já sentidas pela população.
Essa mudança de filosofia começou a ser colocada em prática em fevereiro do ano passado, quando Vinicius Farah assumiu a presidência do órgão. Prefeito de Três Rios entre 2009 e 2016, Farah venceu, por dois anos seguidos, o Prêmio Sebrae de prefeito empreendedor, conhecido como o 'Oscar dos prefeitos'.
Uma das principais ações foi a criação do programa Detran Presente, que descentralizou o atendimento do órgão para o interior do Estado. Em 2017, foram 45 edições do mutirão, que rodou por 25 cidades. A ação resultou em mais de 77 mil atendimentos ao público média de 2 mil por edição.
Ao todo, o Detran emitiu 13.417 carteiras de identidade e 12.036 carteiras de habilitação. "Além de melhorar a vida do cidadão, o Detran devolve esses tributos à população, com repasses para auxiliar políticas públicas de segurança", explica Farah (veja mais na entrevista abaixo).
O órgão ainda criou os programas Detran Conduta, para fiscalizar irregularidades de colaboradores, e o Detran Resolve, com a proposta de utilizar ferramentas tecnológicas para acelerar o funcionamento dos atendimentos.
'A prioridade é atender bem o cidadão, com rapidez e ética'
Vicente Farah foi presidente do Detran de 2017 a 2018Divulgação / Detran-RJ
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O Detran sempre foi um órgão marcado por problemas relacionados com a burocracia. Combater isso é o foco da sua gestão?
- Esse é o foco principal. Quando assumi o Detran, me deparei com essa realidade e com esse sentimento impregnado no cidadão fluminense de ver o Detran como o órgão que dificultava a vida das pessoas. Todas as ações da minha gestão foram para inverter essa marca negativa. A prioridade do órgão público é atender bem o cidadão, com rapidez e ética. Uma das primeiras medidas foi banir as empresas que não estavam cumprindo com as suas cláusulas contratuais, gerando transtornos para a população e para o órgão no dia a dia. Eram empresas que não pagavam os seus funcionários, gerando uma insatisfação no colaborador, que acabava sendo transferida para o cidadão. Paralelo a isso, colocamos ferramentas com novos produtos e novas tecnologias. Com isso, conseguimos gerar satisfação com uma entrega mais rápida.
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Qual a medida gerou o maior impacto na população?
- A criação da marca Detran Presente, que eliminou as barreiras da burocratização e inverteu a ordem. Com isso, o Detran passou a ir para perto das pessoas, levando todos os seus serviços, como a carteira de identidade, habilitação, recursos contra multas, vistoria de veículos. Um processo de agendamento que antes levava até 50 dias passou a ser resolvido em 40 minutos. Tiramos uma empresa que conduzia o serviço de telemarketing e que trazia falhas na interface com o cidadão. Tudo agora acontece na mesma hora. A criação do Detran Conduta também foi fundamental para dar credibilidade ao órgão. Além de fiscalizar e punir maus profissionais, aproxima a diretoria dos colaboradores, com melhora direta na qualidade do serviço. Temos colaboradores que acompanham o dia a dia no funcionamento dos postos, para que possa estar fiscalizando na ponta toda a agilização dos serviços.
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Qual a importância do uso das novas tecnologias no órgão?
- Fundamental. Até o fim de março, vamos introduzir novas ferramentas tecnológicas. Vai ser possível parcelar as multas com cartão de crédito em até 12 vezes. Antes, isso só era possível com a emissão de boleto no banco. Outra novidade: o Detran ampliou o prazo de isenção de vistoria de carros zero quilômetros de três para cinco anos.
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De que forma o seu histórico como prefeito de Três Rios colaborou na sua gestão?
- Isso tem uma relação direta com tudo o que estamos fazendo em um órgão que lida com 16 milhões de pessoas. O Detran agora escuta os anseios da população. Um órgão que cuida da vida das pessoas nas principais áreas do dia a dia da população não pode dificultar as coisas. Em Três Rios, era preciso apenas 48 horas para abrir uma empresa. A experiência que trago é fazer com que o Detran tenha um serviço de qualidade, com atendimento ágil, ética e transparência. Três Rios se tornou um modelo nacional de desburocratização. Por que não fazer a mesma coisa com o Detran? Viemos exatamente com essa marca.
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Qual o legado que fica da sua gestão para o Detran?
- A minha filosofia é trazer experiências da iniciativa privada para o órgão público. A ideia é ter um órgão moderno, que entrega o serviço no tempo esperado. O Detran vai se transformar num modelo onde a população vai ter a sensação de que está sendo atendido em uma entidade privada, pela agilidade e qualidade do serviço. Repassamos verba para a segurança pública e assinamos convênio com a Secretaria de Obras para recuperar as estradas estaduais. São ações que também trazem benefícios para a sociedade.
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O que pode melhorar?
- Estamos atentos às fragilidades do órgão. Estamos num processo de modernização de estrutura física, padrão de empresa privada mesmo. Com uma equipe competente e comprometida, já conseguimos transformar o Detran. Agora, estamos reformando os postos de atendimento.
