Rio - Um bebê morreu após o parto no Hospital Daniel Lipp, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A família da Lais da Silva de Silos Melo Lira, mãe da criança, uma menina que se chamaria Elisa, acusa a unidade de saúde particular e o médico que realizou o procedimento de má conduta e erro médico. O laudo de óbito classifica a morte como homicídio e a Polícia Civil investiga o caso.
O marido de Lais, Matheus dos Santos Lira, disse que estava previsto para a filha nascer no dia 8 de março através de uma cesária. Na madrugada do dia 7, a grávida sentiu fortes contrações e a bolsa estourou. No local, a gestante foi atendida por um médico, que os familiares dizem que seria residente. Após quase duas horas de espera, ele resolveu realizar um parto normal, já que não havia anestesista na unidade, segundo o advogado da família, Tássio Freitas dos Santos.
"Ela teve contração, pediam pra fazer força, mas a cabeça ficou presa. Nesse momento ele alegou dificuldade e realizou o corte para tentar retirar a cabeça, jogou o corpo da bebê pra cima do corpo da minha esposa, fora a forma que ele virava ela, ele estava despreparado, acreditamos que tenha sido nesse momento que houve a fatura", contou Matheus. O advogado diz que a cabeça da neném teria ficado presa por quase 20 minutos e que o médico chegou a puxá-la pelo pé.
A criança chegou a ser levada para a UTI neonatal do hospital, mas o marido da grávida acredita que ela já estivesse morta. "Pelo laudo do IML a morte foi pela quebra do pescoço e a criança e só teve pouco tempo de vida. Ele deve ter tentado fazer uma cena pra contar o caso e tentar tirar a culpa dele e mandou pra pediatria", acusa o pai do bebê.
A cesariana estava desde o início prevista porque o bebê estava sentado, conforme ultrassonografia mostrada pelo casal no hospital. A mãe insistiu que não poderia ser feito daquela forma, mas o médico teria dito que, mesmo sendo arriscado, iria fazer.
De acordo com o advogado, o casal apresentou todos os exames realizados no pré-natal e uma ultrassonografia mostrando que a bebê Elisa estava sentada, indicando que o melhor procedimento a ser realizado era uma cesária.
Matheus disse que a esposa está em choque com a forma que o parto, que deveria ser um momento de alegria e que era tão esperado, foi realizado. "Ela está muito abalada com o descaso antes e após o parto, a falta de atendimento e a brutalidade que foi".
A reportagem entrou em contato o Hospital Daniel Lipp ainda não se pronunciou sobre o caso. A família também informou que não foi procurada pela rede hospitalar. A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar as circunstâncias do parto. O casal já prestou depoimento na delegacia da cidade.
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) informou através de nota que está ciente das denúncias sobre o caso e vai abrir uma sindicância para apurar os fatos.