Família descobriu que o corpo havia desaparecido quando foi pagar taxa de manutenção da sepultura - DIVULGAÇÃO
Família descobriu que o corpo havia desaparecido quando foi pagar taxa de manutenção da sepulturaDIVULGAÇÃO
Por FRANCISCO EDSON ALVES

Rio - O administrador de empresas, Fernando Araújo, reconheceu agora há pouco, no Cemitério Nossa Senhora das Graças (Tanque do Anil), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, o lacre que identifica a ossada de seu pai, o padeiro José Januário de Araújo, morto aos 69 anos há pouco mais de uma década, e sepultado lá há 4, transladado de outro cemitério. Conforme o DIA noticiou com exclusividade nesta quarta-feira, os restos mortais de José estavam desaparecidos desde segunda-feira, quando parentes, depois de pagarem a taxa de manutenção anual do jazigo (de quase R$ 400), não encontraram os despojos na sepultura.

A 59ª DP (Caxias), que investiga o caso, recebeu denúncias de supostos outros restos mortais desaparecidos, em consequência de um temporal em fevereiro desde ano. Na ocasião, a enxurrada fez desabar parte do muro do cemitério, espalhando ossadas humanas e pedaços de caixões nas ruas que circundam o cemitério.

Em nota, o prefeito Whashington Reis classificou o sumiço temporário dos restos mortais de José como "absurdo inaceitável". “Infelizmente, existe na cidade um monopólio dos cinco cemitérios públicos, onde a empresa que explora a concessão vende por até R$ 20 mil reais cada espaço de 2m² de túmulo. Vou instaurar uma auditoria, aplicar multas e fazer uma apuração rígida para reparar esse dano causado por essa concessão irresponsável", atacou Reis.

O DIA fez contato com a assessoria de imprensa da Concessionária AG-R EYE Obelisco Serviços Funerários, que administra o cemitério e outros quatro na cidade, mas até o momento a empresa não se manifestou ainda sobre o assunto. Por telefone, uma atendente da concessionária limitou-se a dizer que “o problema já havia sido resolvido”. Gleyci Araújo, porém, filha de José, disse que vai providenciar, novamente, o translado do pai para outro cemitério. “Não tem mais como confiar nesse”, justificou.

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