Reconstituição do crime - Alexandre Brum / Agência O Dia
Reconstituição do crimeAlexandre Brum / Agência O Dia
Por Bruna Fantti

Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli vão recolher na próxima semana as submetralhadoras MP5 HK utilizadas por agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Esse foi o modelo de arma utilizado pelos criminosos para matar a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, em março.

No Estado do Rio, as polícias civil, militar, Marinha e Aeronáutica possuem cerca de 50 armas desse tipo. Todas serão analisadas. "As primeiras analisadas serão as da Civil, pois é de mais fácil acesso, em relação aos protocolos que temos que seguir. Depois, serão as da Polícia Militar", afirmou um investigador do caso ao DIA.

O objetivo é verificar se alguma dessas armas foi utilizada pelos criminosos. "É uma possibilidade remota, mas temos que descartar", completou o investigador, que pediu para não ter o nome revelado.

De acordo com o especialista em armas, Vinícius Cavalcante, a MP5 "é a Ferrari das submetralhadoras". Ela é utilizada em retomada de reféns, por ser considerada uma arma precisa e com baixo recuo. "Não é preciso ter um treinamento especial para seu manuseio", apontou Cavalcante. Por conta disso, ela é utilizada pelos grupos de elite das polícias do Rio, como o Bope e pela Core, além dos fuzileiros navais.

Um modelo dela, mas na versão curta, chamado MP5 K HK, foi utilizado pelo policial do Bope que tentou abordar o sequestrador Sandro Barbosa do Nascimento, em 2000, no assalto ao ônibus 174. A arma foi escolhida pelo seu poder de precisão. Apesar disso, na época, a polícia não treinava com frequência com a arma e o policial errou o disparo. A refém Geisa Gonçalves foi atingida e morreu.

De acordo com especialistas, a submetralhadora é comprada no mercado negro por cerca de R$ 15 mil. Já os fuzis chegam a custar até cerca de R$ 50 mil.

Ontem, a polícia foi novamente ouvir o ex-policial Orlando Araújo, conhecido como Orlando Curicica, em Bangu 1. Ele foi apontado por uma testemunha como mandante do assassinato de Marielle. Orlando nega as acusações. Ainda ontem, o Tribunal de Justiça negou o pedido da defesa de mantê-lo no Rio. Assim, ele será transferido para um presídio federal fora do estado.

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