Prefeitura recebeu mais verba federal para continuar obras, mas não há previsão de entrega. O morador Luis diz que espaço é desperdiçado - fotos Fernanda Dias
Prefeitura recebeu mais verba federal para continuar obras, mas não há previsão de entrega. O morador Luis diz que espaço é desperdiçadofotos Fernanda Dias
Por NADEDJA CALADO

Por fora, o prédio de cinco andares do Hospital Municipal Juscelino Kubitscheck, em Nilópolis, na Baixada Fluminense, impressiona. Por dentro, os andares superiores ainda estão com tijolos à mostra, e sem paredes que dividam os ambientes. Com previsão de abertura para 2015, o hospital foi inaugurado em 2016 com apenas o térreo pronto, andar onde atualmente funciona uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas.

Pacientes elogiam o atendimento da unidade, mas é consenso que o espaço parado está sendo desperdiçado há tempo demais. "É uma boa UPA, mas evidentemente não é um hospital. Hoje (ontem) fui bem atendido e com rapidez, fiz meus exames, mas olha o tamanho desse prédio. Faz tempo que nos prometeram um hospital, só a fachada está pronta. Saúde na Baixada é um tema complicado", comentou o aposentado Luís Carlos, 65, morador de Nilópolis.

Já uma outra paciente, que não quis se identificar, não conseguiu ser atendida no local devido à complexidade do seu problema. "Infelizmente disseram que só poso ser atendida em um hospital, e aqui não é. Me deram só um remédio para a dor e me disseram para procurar uma unidade de saúde maior", disse. "Vim de Mesquita até aqui, e agora vou ter que ir para o Hospital da Posse, em Nova Iguaçu. Mas já sei que o atendimento lá também é difícil", lamentou a paciente. Boa parte dos atendimentos na unidade são de pessoas de outros municípios da Baixada. Em 2017, em média, 40% dos pacientes eram de fora.

O antigo hospital que funcionava no local foi fechado em 2013 devido às condições precárias em que se encontrava, e demolido no ano seguinte. Naquela época, para o projeto inicial foram captados R$ 10,5 milhões da Secretaria de Estado de Saúde e do Ministério da Saúde para a construção do novo hospital. A Prefeitura de Nilópolis responsabiliza a gestão anterior, de Alessandro Calazans (MDB), pelo problema. Em nota, o município alega que o atual prefeito, Farid Abrão (PTB), "não mediu esforços para devolver ao povo nilopolitano o hospital".

Em agosto do ano passado, o então ministro da Saúde, Ricardo Barros, visitou as instalações da unidade para anunciar investimentos federais de R$ 15,2 milhões para a conclusão das obras, obtidos através de uma emenda parlamentar do deputado federal Simão Sessim (PP). Na ocasião, o Ministério da Saúde informou que os recursos seriam repassados ainda no ano passado, mas a liberação da verba só foi autorizada em janeiro deste ano.

A prefeitura informou que vai entregar à Caixa Econômica Federal o projeto para a continuidade das obras na segunda-feira. Ainda não há previsão de início e término das obras.

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