Posto na Avenida Brasil, na Penha, recebeu combustível nesta segunda-feira e uma enorme fila se formou -  Estefan Radovicz / Agência O Dia
Posto na Avenida Brasil, na Penha, recebeu combustível nesta segunda-feira e uma enorme fila se formou Estefan Radovicz / Agência O Dia
Por NADEDJA CALADO

Rio - Uma fila quilométrica toma uma das faixas da Avenida Brasil, altura de Irajá, Zona Norte do Rio, onde um posto recebeu combustível na manhã desta segunda-feira. Duas carretas chegaram ao posto por volta das 4h, uma levando 30 mil litros de combustível, e a outra com 25 mil litros. Do total, 10 mil litros são de etanol, e o restante, gasolina. Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência do Estado do Rio de Janeiro (Sindestado) prevê de cinco a sete dias para normalizar o abastecimento em todo o estado.

Inicialmente, apenas veículos de serviços públicos essenciais seriam abastecidos no posto de Irajá. No entanto, apenas uma das bombas do posto ficou por conta dessa função, abastecendo principalmente viaturas e ambulâncias. As outras bombas abastecem também carros de empresas privadas e carros de passeio.

Muita gente chega para comprar o combustível e o coloca em locais inapropriados, como garrafa pet, galão de água, pote de ketchup, garrafa de cloro. Às 10h30 foi limitada a venda de um galão por veículo e houve bate boca. A falta de controle fazia algumas pessoas abastecerem o veículo e ainda levar reserva. 

Posto de combustível na Avenida Brasil, em Irajá, tem enorme fila nesta segunda-feira - Estefan Radovicz / Agência o Dia

Uma resolução da Agência Nacional do Petróleo (ANP) determina que os postos só podem vender o combustível em recipientes que atendam às regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e sejam aprovados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia Industrial (Inmetro). Garrafas plásticas ou pet, por exemplo, não obedecem a esses critérios.  

Os caminhões chegaram escoltados por equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Um deles deixou o posto sem escolta, o segundo motorista preferiu aguardar o apoio policial para deixar o local. "Não tenho coragem, melhor não arriscar a vida", comentou o motorista.

A maior parte dos carros particulares abastecendo são de empresas. "Carro de passeio, só quem soube cedo, veio cedo pegar lugar na fila. Quem tiver hora para chegar no trabalho não vai conseguir esperar, olha quanta gente", comentou um funcionário do posto.

O motociclista Erick Vital Araújo, 28, veio da Rocinha para abastecer. "Trabalho com isso, não tem jeito, a gente espera", disse ele, que é mototaxista e motoboy. O jovem chegou ao posto por volta das 7h da manhã, e acredita que sua vez só deve chegar depois das 11h.

Na fila para comprar gasolina em galões, menor que a de abastecimento no veículo, o motoboy Henry Marllon, 25 anos, chamou a atenção: ele tirou o tanque da moto para abastecer mais rápido. "Trouxe o tanque aqui porque quero sair logo e ir direto trabalhar. É meio pesado, cheio vai ficar mais ainda" disse ele.

Motociclista Erick Vital Araújo veio da Rocinha para abastecer no posto de Irajá - Estefan Radovicz / Agência O Dia

Um posto da Ale na Avenida Brasil, próximo da Casa do Marinheiro, na Penha, também recebeu combustível esta manhã. Os dois caminhões chegaram ao local escoltados por três viaturas e cinco motos do Batalhão de Choque (BPChq). O local estava sem combustível desde sábado. 

Segundo a gerente do posto Ale Plus, chegaram 10 mil litros de combustível — 5 mil de álcool e 5 mil de diesel — que só devem durar cerca de duas horas. Uma fila gigante já se formou no local, causando congestionamento na via expressa. O litro do diesel está sendo vendido a R$ 3,35 e o álcool a R$ 3,39.

Os caminhoneiros saíram da Reduc às 9h e chegaram ao posto meia hora depois. Eles estava desde ontem à Refinaria de Duque de Caxias , mas só conseguiram deixar o local com combustível nesta manhã. E temem represálias do movimento grevista. 

Posto na Avenida Brasil, na Penha, recebeu combustível nesta segunda-feira e uma enorme fila se formou - Estefan Radovicz / Agência O Dia

Na Barra da Tijuca, o posto Barra Linda (Av. das Américas, 7.000), da Ipiranga, também recebeu 5 mil litros, entre gasolina e etanol. Neste posto está liberado para carros particulares abastecerem. Este estabelecimento não precisou de escolta para receber o combustível. O posto Jatinho, na Rua Gruçaí, na Penha, também recebeu 5 mil litros de cada combustível na manhã desta segunda-feira.

Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência do Estado do Rio de Janeiro (Sindestado), a previsão é de cinco a sete dias para normalizar o abastecimento. No interior do estado, até às 10h15, nenhum posto receber combustível nesta segunda-feira. 

 

Você pode gostar