Rio - O secretário estadual de Segurança, general Richard Nunes, fez duras críticas às Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), nesta terça-feira, na Urca, Zona Sul carioca, mas garantiu que a reformulação do projeto continua na lista das suas prioridades.
"As UPPs cresceram para atender a interesses eleitorais. Bom que vivemos uma intervenção federal para eu poder dizer isso. Se fosse em outra situação, eu não poderia falar", afirmou. As imagens que mostraram o oficial disparando essas críticas foram exibidas pelo 'RJTV', da Rede Globo.
Richard Nunes foi além:
"O policial das UPPs precisa trabalhar em condições dignas. Ele (PM) não pode ser colocado em um contêiner imundo desses e se achar que vai ter resultado."
O secretário, porém, fez questão de destacar que não pretende acabar com todas as 38 UPPs do Estado do Rio.
"Não é terra arrasada porque aquelas que funcionam serão preservadas. Não se trata de acabar com política de pacificação e proximidade. Nada disso, é trabalhar com critério", disse. "É recuperar um efetivo que está fazendo falta no patrulhamento regular. Um quarto da polícia está em UPP que não tem resultado nenhum", concluiu ele, durante seminário na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército.
O DIA procurou o governo do Estado do Rio, para saber se alguma autoridade iria se pronunciar a respeito das críticas do secretário de Segurança. E recebeu a seguinte resposta enviada pela assessoria: "O governo não vai comentar".
Crise dos Combustíveis
Indagado sobre a paralisação dos caminhoneiros, o general afirmou que a integração entre as polícias e as agências de inteligência facilitou o trabalho no Rio da Secretaria de Segurança:
"Já estávamos integrados. Quando aconteceu essa crise, bastou estalar os dedos. Acabou aquela disputa ridícula de PM ou Polícia Civil. Cada uma querer aparecer mais do que a outra, querendo faturar", concluiu o secretário de Segurança.