Rio - Apontado, pela polícia, como o chefe de uma das maiores e mais violentas milícias da Baixada Fluminense, em Nova Iguaçu, Jefferson Constant Jasminn, conhecido como Magrão ou Deco, foi preso, na noite desta terça-feira, pelo 20ª BPM (Mesquita). Ele possui sete mandados de prisão por diferentes crimes, desde homicídios a roubos de carga.
O acusado era investigado pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE) e pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). O principal comparsa do miliciano, Mário Barbosa Marques Júnior, conhecido como Van Dame, ainda está foragido.
Carro roubado
Segundo a Polícia Militar, Deco foi preso dirigindo um carro roubado, na Estrada do Iguaçu, na Vila Pedro, em Nova Iguaçu. Ele foi parado por PMs que faziam patrulhamento no bairro. Os militares o reconheceram e fizeram contato com a 58ª DP (Posse), para onde ele foi levado e ficou preso.
De acordo com o delegado Daniel Rosa, titular da DHBF, a prisão de Deco "é muito importante para a população da cidade de Nova Iguaçu, já que ele vinha atuando no local e aterrorizando os moradores", disse Rosa. O acusado agia principalmente nos bairros Miguel Couto, Ambaí e Posse, conforme apontam as investigações.
Inquéritos da Polícia Civil mostram que o bairro da Posse lidera o número de homicídios em toda região. A estimativa de lucro da milícia na área, segundo os investigadores, varia de R$ 1 milhão a R$ 1,5 milhão por mês.
Aumento da letalidade
Desde 2016, Deco passou a ser subordinado à milícia de Três Pontes, que na ocasião era comandada por Carlinhos Três Pontes. Como o DIA mostrou no domingo, a letalidade violenta em Nova Iguaçu aumentou desde que a expansão ocorreu, sendo a maior do estado no primeiro quadrimestre deste ano. A reportagem foi utilizada pela polícia para divulgar a prisão do acusado ontem.
Foram 499 mortes violentas em 2016 e, em 2017, 650. Nos quatro primeiros meses deste ano, a cidade teve a Área Integrada de Segurança Pública com o maior número de homicídios dolosos do estado: 177 casos. Segundo a Polícia Civil, o aumento da letalidade tem relação direta com a atuação de milicianos.
Subordinado a Danilo Tandera, um dos líderes de Três Pontes, Deco tem a obrigação, segundo investigações da Draco, de passar a contabilidade semanalmente. Para aumentar os lucros, a milícia passou a cobrar taxas até de vendedores de frutas da região.