Rio - Um policial militar morreu e outro ficou ferido, por volta da 1h desta terça-feira, na Avenida Brasil, na altura da passarela 7, em Bonsucesso, na Zona Norte da cidade. De acordo com a PM, o sargento Inaldo Botelho, de 45 anos, e o soldado Rodrigo Passos Soares, de 29, do Batalhão de Patrulhamento em Vias Expressas (BPVE), faziam patrulhamento na região com outros dois militares quando perceberam um homem em uma moto BMW em atitude suspeita. Antes mesmo de abordá-los, um bandido em uma Fiat Idea, que vinha logo atrás, disparou com um fuzil AK-47 e uma pistola calibre 9mm contra os agentes, que revidaram.
O caso ocorreu em frente à Escola Municipal Bahia, no Complexo da Maré, na entrada para a Favela do Timbau. O soldado Rodrigo estava com colete à prova de balas, mas o disparo de fuzil calibre 7,62, atravessou a proteção e o atingiu no peito. Segundo a corporação, a bala entrou pela lateral, onde não há placa balística aquedada para o nível da munição.
Entretanto, os colegas reforçam que o disparo foi no meio do colete. A investigação da polícia vai apurar se a proteção estava vencida. Ele chegou a ser levado ao Hospital Federal de Bonsucesso, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Já o sargento foi baleado três vezes (no pé, na coxa e na nádega), socorrido no mesmo hospital, passou por cirurgia e seu estado de saúde é considerado estável.
No confronto, um dos bandidos, identificado como Ruan Rodrigues da Silva Pereira, de 24 anos, morreu com um tiro na cabeça e o outro criminoso ficou ferido, mas conseguiu fugir para dentro da comunidade do Timbau. Lucas Pinheiro da Silva, de 22 anos, acabou preso no final da madrugada no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde tinha dado entrada baleado. Ele permanece no local sob custódia. Ainda não há informações sobre o estado de saúde dele.
A versão da Polícia Militar sobre um carro que surpreendeu os policiais difere do depoimento dos outros dois PMs em depoimento à Polícia Civil, de acordo com Cassiano Ponte, do núcleo de investigação de mortes de policiais.
"Em nenhum momento os outros dois policiais que não foram baleados disseram que tinha um carro. Eles estavam em patrulhamento na Avenida Brasil, por volta de 1h, quando viram a moto e os dois homens. Quando ligaram o giroflex, antes mesmo de darem ordem de parada, os criminosos atiram, e os policiais revidaram", contou.
As armas usadas no ataque aos policiais foram apreendidas e a moto recuperada. O caso será investigado pela Delegacia de Homicídios (DH-Capital). Com mais essa morte, já chega a 66 o número de policiais assassinados no Estado do Rio em 2018 - sendo 60 policiais militares, 5 policiais civis e um policial federal.
O corpo do policial morto já passou por necrópsia no Instituto Médico Legal (IML) e o pai e a esposa, além de colegas de farda do BPVE, estão no local para realizar a sua liberação. Ele será enterrado no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, às 16h de hoje. O soldado da PM deixa esposa e não tinha filhos. Rodrigo estava há quatro anos na corporação.
O comandante do BPVE, Walter Teixeira Silva Júnior, lamentou a morte de seu policial, que estava há um ano no batalhão. "Ele trabalhava em prol da sociedade. É muito triste receber uma notícia de que um policial foi morto no cumprimento do seu dever. Ele era um bom policial, comprometido com os seus deveres, sempre foi objetivo nas suas avaliações", disse.