Rio - Familiares do mototaxista Júlio Cesar Fernandes da Silva, de 41 anos, disseram ao DIA nesta quinta-feira, que o motorista tem reagido aos estímulos da equipe médica, porém o seu estado de saúde ainda é muito grave. O homem foi vítima de uma bala perdida, na última sexta-feira, na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio, e foi socorrido para o Hospital Miguel Couto, na Gávea, Zona Sul, onde permanece internado.
Nesta quarta-feira, o mototaxista teve morte cerebral declarada pelos médicos da unidade médica. No entanto, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou nesta manhã, que o paciente continua grave, porém estável clinicamente. Questionada sobre a morte cerebral a pasta declarou apenas que "o paciente está em estado grave".
"A equipe médica disse mesmo para família que ele tinha tido morte cerebral, mas fomos surpreendidos agora com a notícia de que ele está reagindo. Hoje ele apertou a mão da mulher dele", declarou ao DIA, Magno Souza, amigo de Júlio César. "Só Deus mesmo, ele está reagindo de uma forma que até a equipe médica está se surpreendendo", completou.
Um vídeo exibido nesta quarta-feira pelo Jornal RJTV 2ª edição mostra o início de uma perseguição policial que terminou com um inocente baleado. O mototaxista foi atingido enquanto PMs perseguiam um suspeito. Testemunhas afirmam que apenas o policial atirou enquanto perseguia o suspeito, no momento em que Júlio foi atingido.
Uma gravação feita por uma câmera de segurança mostra um carro da polícia interceptando uma moto com dois rapazes na Rua Edgard Werneck. Um deles estaria armado. Um dos suspeitos se entrega, já o outro corre para dentro da comunidade. Um policial, identificado como cabo Amaral, corre atrás do suspeito e faz disparos de fuzil.
Em seu depoimento, ele afirmou que revidou a tiros. Fernandes, que estava no ponto de mototáxi, acabou baleado na cabeça e teve morte cerebral declarada ontem pelos médicos do Hospital Miguel Couto. A Polícia Civil investiga quem fez disparo.