Reginaldo gasta R$ 20 por dia e fica seis horas no transporte - Maíra Coelho
Reginaldo gasta R$ 20 por dia e fica seis horas no transporteMaíra Coelho
Por O Dia

Rio - O instituto de pesquisa Expert Market classificou o sistema de transporte do Rio de Janeiro como o pior do mundo. O estudo analisou a mobilidade de 74 metrópoles em 16 países, comparando fatores como o tempo de viagem, baldeações e custo mensal da passagem em relação ao salário médio da população.

Segundo a pesquisa, o passageiro no Rio gasta cerca de uma hora e meia dentro de ônibus e de trens, e espera 19 minutos pelo transporte. Além disso, os gastos com passagens custam aproximadamente R$ 160 por mês, o que equivale a 9,4% do salário médio.

Para o especialista em transporte Alexandre Rojas, a pesquisa só documenta o que o passageiro já sabe. "O Rio tem um transporte muito ruim, que degradou ainda mais após as Olimpíadas".

O preço da passagem do ônibus de R$ 3,95 também precisa ser reavaliado, julga Rojas. "A tarifa é uma caixa preta, não dá para falar se é justa ou injusta, já que a Fetranspor nega esses dados. A passagem e a qualidade, no entanto, precisam ser equacionadas", diz o professor. "Mas enquanto o Ministério Público, o Estado, a Justiça e o passageiro não se entenderem, não vai haver melhora".

Morador de Marechal Hermes, Reginaldo Pereira, 50 anos, vive diariamente esses problemas. Gasta R$ 20 por dia na passagem e fica seis horas no trânsito. "10% do meu salário vai para ônibus precários, sem ar-condicionado e que demoram demais", avalia.

A diarista Fátima Dias, 64, também reclama dos engarrafamentos. "Aumentaram a passagem e não melhoraram nada. Fico mais tempo na condução do que trabalhando, o poder público precisa tomar uma providência. Às vezes, nem banco o ônibus tem".

Capitais na lanterna
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São Paulo, Salvador e Brasília ocupam, respectivamente, o terceiro, quinto e sétimo lugar no ranking de piores transportes. Já a cidade de Nice, na França, lidera como o melhor centro de transporte, onde os passageiros gastam apenas 1,25% do salário médio com transporte.
O professor Alexandre Rojas, acredita, entretanto, que o estudo não pode ser colocado como absoluta verdade. "É difícil comparar o transporte que as cidades europeias têm há 100 anos. Fora que o Rio vive uma crise no setor de petróleo, afetando os combustíveis", pondera.
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A Secretaria Municipal de Transportes do Rio disse, em nota, que realiza ações de monitoramento e fiscalização para garantir o direito de ir e vir do passageiro.
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