O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann - Antonio Cruz / Agência Brasil
O ministro da Segurança Pública, Raul JungmannAntonio Cruz / Agência Brasil
Por O Dia

São Paulo - O ministro da Segurança Pública Raul Jungmann, comentou nesta quarta-feira, em São Paulo, a investigação do caso Marielle Franco. "A cadeia que envolve os mandantes é ampla e complexa", declarou. A vereadora do Psol e o motorista Anderson Gomes foram assassinados no Estácio, na região central, no dia 14 de março. 

O ministro disse que ainda não tem provas de que efetivamente os dois suspeitos presos nesta terça-feira – o policial militar reformado Alan de Morais Nogueira e o ex-bombeiro Luis Cláudio Ferreira Barbosa – estejam envolvidos. Ele afirmou que o trabalho da polícia fluminense é sério e conta com apoio integral da Polícia Federal.

No entanto, Jungmann reconheceu a dificuldade de resolução do caso, tendo em vista “as imbricações em relação aos mandantes do crime”.“Quando o crime organizado controla territórios, começa a ter uma projeção na política, na polícia, nos órgãos de controle”, acrescentou. O ministro reforçou os fortes indícios da participação de milícias no assassinato.

Jungmann defende visita a líderes de facção presos só em parlatórios

O ministro defendeu também que todas as visitas, incluindo as de advogados, a líderes de facções criminosas passem a ser feitas em parlatórios e que todas as conversas sejam gravadas. O objetivo é impedir que esses comandos continuem atuando de dentro para fora das prisões.

Jungmann exemplificou com os casos de Fernandinho Beira-Mar, Nem e Marcinho VP, que têm 37 advogados. “São advogados ou pombos correios?”, questionou o ministro.

O projeto de lei, elaborado pelo ex-ministro da Justiça e hoje ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, acaba com qualquer tipo de contato com presos que não seja registrado. “O governo apoia [o projeto], não pode haver contato de chefe de facção que não tenha registro”, afirmou. Pela proposta, as conversas seriam abertas apenas mediante ordem judicial.

Desarmamento

O ministro disse não acreditar que a liberação do porte de armas, tema frequente na fala de pré-candidatos à Presidência da República, seja a solução dos problemas da segurança brasileira. Ele pondera que alguns ajustes possam ser feitos ao Estatuto do Desarmamento, do qual é defensor, mas é contra o projeto que revoga o estatuto, que tramita no Congresso Nacional.

Na opinião de Jungmann, o debate foi impulsionado pela indústria de armas brasileira, e a melhor saída para o país é aumentar os esforços na melhoria da segurança pública.

“As medidas [do projeto] levam a coisas como comercial de armas em rádio e televisão, à possibilidade de [que] caminhoneiros, taxistas, qualquer um possa andar no seu trabalho armado, inclusive tendo propriedade de seis a nove armas, à possibilidade de as pessoas possam terem acesso a armas restritas”, disse o ministro.

*Com informações da Agência Brasil

 

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