Bryan Bispo da Silva foi baleado quando fazia rapel  - WhatsApp O Dia
Bryan Bispo da Silva foi baleado quando fazia rapel WhatsApp O Dia
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - O estudante Bryan Bispo da Silva, de 14 anos, não foi a única vítima dos tiros nas proximidades da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul carioca. O garoto levou dois tiros na localidade conhecida como Matinha e está internado em estado grave. Já o superintendente de alimentos e bebidas do Gávea Golf Club, Isaak Tronjam, de 52, foi ferido, sem gravidade, pouco após sair do Fashion Mall.

O homem foi levado para o Hospital Vitória, na Barra da Tijuca, atendido, medicado e liberado. A unidade não informou em que parte do corpo a vítima foi atingida. 

Em nota, a PM ainda informou que, nesta terça-feira, não houve disparos de arma de fogo na Rocinha por parte dos policiais militares. A 11ª DP (Rocinha) investiga a origem dos disparos.

Bryan levou dois tiros quando fazia rapel em uma pedra na Matinha. Ele está internado em estado grave no CTI do Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea. Ele passou por cirurgia e perdeu mais da metade do intestino. A família acusa policiais militares que estavam na passarela da Autoestrada Lagoa-Barra de atirar no adolescente.

"É muito triste o que aconteceu. A polícia, que deveria nos proteger, está nos matando. Os policiais simplesmente pegaram um fuzil e atiraram em um menino franzino, que não estava fazendo nada. Eles só não deram mais tiro porque ele caiu", disse Walace Pereira, de 43 anos, tio do adolescente.

O garoto está no sétimo ano do Ensino Fundamental na Escola Municipal São Tomás de Aquino, no Leme. Ele estava passando férias na casa do pai, na Matinha. Morador do Leme, também na Zona Sul, Bryan é considerado um garoto estudioso, segundo os parentes. 

O tio do menino disse que o irmão mais novo de Bryan está muito abalado. Foi este quem correu para avisar aos pais sobre o ocorrido, gritando "socorre meu irmão, ele foi baleado".

"O garoto está muito abalado, os pais também. Eles passaram a noite inteira no hospital", disse.

Os policiais acusados pela família não seriam lotados na UPP Rocinha. Entretanto, um major da PM foi até o local e abriu um procedimento para investigar as circunstâncias do caso. Na noite de terça-feira, em nota, a corporação disse que nenhum militar da unidade da favela fez disparos na região.

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