Filho filmou a mãe em uma cadeira de rodas a espera de atendimento, enquanto médica mexia no celular - Reprodução vídeo
Filho filmou a mãe em uma cadeira de rodas a espera de atendimento, enquanto médica mexia no celularReprodução vídeo
Por O Dia

Rio - A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro criou, nesta quinta-feira, uma comissão para intervir no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, na Zona Norte do Rio, após o caso de Irene de Jesus Bento, de 54 anos, que morreu na unidade de saúde por falta de atendimento.

O objetivo da intervenção é reavaliar todos os protocolos assistenciais e de classificação de risco das unidades de saúde para que episódios como o de Irene não voltem a acontecer.

A rede de emergência da Secretaria Estadual de Saúde do Rio é formada por hospitais que fazem o acolhimento de pacientes classificados com complexidade média a alta, ou seja, amarelo e vermelho. Os que são classificados como verde e azul, ou seja, não graves, são encaminhados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que funcionam no entorno dos hospitais de emergência.

Foi o que aconteceu com dona Irene, no último sábado. A paciente deu entrada na unidade, acompanhada pelo filho, com falta de ar e dor no corpo. Após mais de meia hora de espera, uma enfermeira avaliou o seu caso e não o considerou grave.

Irene foi encaminhada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro. Lá, ela sofreu uma parada respiratória e foi levada, novamente, para o Getúlio Vargas, onde não resistiu e morreu.

Seu filho acusou a unidade de saúde de negligência no socorro à mãe. Ele filmou o descaso dos funcionários enquanto aguardava o atendimento. Os enfermeiros estavam parados, sentados, conversando e usando o celular enquanto sua mãe passava mal e não recebia auxílio. Uma médica também foi filmada usando o aparelho eletrônico e alegou que não estava realizando o atendimento porque ainda não tinha a guia do caso.

Em entrevista ao Bom dia Rio, o secretário estadual de Saúde, Sérgio D’Abreu Gama, que disse estar indignado com a situação, pediu celeridade na sindicância para que possa ter uma resposta rápida para a população e para a família da paciente.

Ele ainda declarou que vai fazer de tudo para minimizar o sofrimento da família e que os protocolos de acolhimento e classificação de risco não funcionam como o que foi feito com Irene.

“O paciente é colhido pelo técnico de enfermagem, trazido para a classificação com enfermeira, dando o primeiro atendimento, e o médico classifica o paciente de acordo com a sua gravidade”, explicou acrescentando que a comissão de intervenção vai reavaliar todos os protocolos, principalmente os de classificação de emergência do Hospital Getúlio Vargas.

A Secretaria Estadual de Saúde instaurou uma sindicância para apurar a responsabilidade de todos os envolvidos no caso. A Secretaria ainda ressalta que a rede estadual está abastecida, em pleno funcionamento e com todos os contratos com as Organizações Sociais de Saúde em dia.

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